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Conselheiros econômicos de Obama passam, mas o secretário do Tesouro fica

Agência France-Presse
postado em 22/09/2010 15:54
Com quatro renúncias em três meses, a equipe econômica do presidente americano Barack Obama perde força antes das eleições legislativas, mas o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, que parece ter ganhado poder com essas demissões, se mantém firme em seu posto.

Depois de Peter Orszag, diretor de orçamento da Casa Branca e de Christina Romer, presidente do Conselho de conselheiros econômicos do presidente, que deixaram suas funções no verão (hemisfério norte), foi Lawrence Summers, primeiro conselheiro econômico de Obama que anunciou na terça-feira a sua intenção de sair no final do ano.

Nesta quarta-feira (22/9), ocorreu a quarta demissão, a de Herbert Allison, subsecretário adjunto do Tesouro, encarregado da estabilidade financeira, que terá uma consequência menor: Allison supervisiona o plano de resgate do sistema financeiro lançado no outono de 2008 e que deve chegar ao fim em 3 de outubro.

Dos assessores para assuntos econômicos mais próximos de Obama, resta somente Geithner.

Assistente fiel, o secretário de Finanças construiu grande parte de sua carreira no governo e em postos governamentais. Geithner já fez questão de reiterar algumas vezes que permanecerá no Tesouro "enquanto o presidente quiser", uma forma de reconhecer também que é uma peça que pode ser substituída a qualquer momento.

Obama, que sempre o defendeu firmemente contra a oposição, que exige sua cabeça há muitos meses, voltou a elogiá-lo na terça-feira, declarando que "fez um trabalho notável" em meio à crise econômica devastadora herdada em sua chegada ao cargo.

Romer foi substituída por seu adjunto, Austan Goolsbee e avança no Congresso o processo de ratificação do sucessor designado de Orszag, Jacob Lew, que voltaria assim ao cargo que já havia ocupado de 1998 a 2001.

Com a proximidade das legislativas de 2 de novembro, em que a maioria democrata aparece em dificuldades, a escolha do sucessor de Summers poderá enviar um sinal simbólico sobre a política econômica que Obama quer desenvolver.

A situação da economia é um dos principais temas da campanha e Obama é acusado pelos republicanos de levar o país à falência ao aumentar o endividamento, sem conseguir um aumento do emprego.

A imprensa americana começa a dizer que Obama poderá substituir Summers, um acadêmico, por um empresário, que poderá ser Anne Mulcahy, ex-diretora-geral da multinacional Xerox.

O Wall Street Journal indicava nesta quarta-feira que "os dirigentes de empresas se queixam há bastante tempo que não têm uma pessoa próxima à Casa Branca que compreenda sua posição".

No entanto, Summers era considerado ligado a Wall Street, o que provocou duras críticas contra ele da ala esquerda do Partido Democrata.

Durante sua passagem pelo Tesouro nos anos 1990, foi um dos artífices da desregulação financeira, cujos excessos geraram a última crise. O New York Times havia revelado em abril de 2009 que o conselheiro presidencial havia ganhado 7,7 milhões de dólares no ano anterior, fruto de serviços realizados por conta de um fundo especulativo e de grandes bancos.

; 1994-2010 Agence France-Presse

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