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ETA está disposta a trégua permanente

Agência France-Presse
postado em 25/09/2010 20:32
A organização separatista basca ETA manifestou neste sábado (25/9) sua "disposição" de observar um cessar-fogo permanente e verificável, podendo ir "mais além", revela o jornal Gara, que entrevistou dois "representantes" do grupo.

"ETA está disposta a dar esse passo", respeitar um cessar-fogo permanente e verificável, "e, inclusive, ir mais longe se houver condições", declararam os dois "etarras" ao jornal independente.

"Nosso objetivo é resolver, de maneira democrática, o conflito político (basco) e fechar para sempre a ferida, e isto exige de todos uma ação responsável".

O governo espanhol rejeitou este novo anúncio da ETA, o terceiro no mês, tal como fez com os anteriores.

"Já não valem comunicados ou entrevistas, apenas o abandono definitivo da violência", disse um funcionário citado pelo site do jornal El Mundo.

Segundo o Gara, os dois "etarras" garantem que a suspensão das ações violentas, anunciada no dia 5 de setembro passado, tem caráter estável.

"ETA quer avançar pelo caminho da resolução de maneira mais profunda e pretende um "processo de diálogo" (...) com a formação de um grupo de discussões com os "partidos e agentes sociais bascos".

A organização separatista anunciou no início de setembro que "não efetuaria mais ações ofensivas armadas", sem precisar se a decisão era temporária ou definitiva.

A pedido do Batasuna e dos demais partidos separatista, Eusko Alkartasuna, Aralar, Abertzaleen Batasuna (AB) e Alternatiba, os dois "etarras" propuseram um "cessar-fogo permanente, unilateral e verificável pela comunidade internacional" e esperam que esta trégua seja "a expressão de vontade para um abandono definitivo de sua atividade armada".

Paralelamente, reivindicaram ao Estado espanhol a legalização do Batasuna, com a anulação da "Lei de Partidos Políticos" que permitiu sua proibição, e a suspensão de instruções e do julgamento em andamento contra seus dirigentes políticos, inclusive o líder histórico Arnaldo Otegi, que está detido.

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