Agência France-Presse
postado em 29/09/2010 15:44
Madri - Três membros do ETA foram presos nesta quarta-feira (29/9) em Guipúzcoa, País Basco, norte da Espanha, em uma operação que fez a polícia desarticular um comando da organização separatista basca.Segundo a Guarda Civil, essas prisões supõem um duro golpe na infraestrutura legal do grupo terrorista.
Os agentes ainda apreenderam 100kg de material para fabricar explosivos e outras armas.
Na véspera, a polícia espanhola realizou uma nova operação contra o ETA, prendendo no País Basco sete supostos membros do aparelho internacional, três dias depois de uma mensagem do grupo armado para confirmar a trégua, informou o ministério do Interior.
As detenções ocorreram nas localidades bascas de Barakaldo, Getxo, Irún e Vitoria, e na vizinha região de Navarra (norte).
Os presos fazem parte da organização radical basca Askapena (libertação, em basco), que estaria relacionada com a atividade internacional do ETA, segundo a imprensa espanhola.
Essa operação ocorre depois que a organização separatista basca ETA manifestou no sábado passado "disposição de observar um cessar-fogo permanente e verificável", segundo revelou o jornal Gara, que entrevistou dois representantes do grupo.
"ETA está disposta a dar esse passo", respeitar um cessar-fogo permanente e verificável, "e, inclusive, ir mais longe se houver condições", declararam os dois "etarras" ao jornal independente. "Nosso objetivo é resolver, de maneira democrática, o conflito político (basco) e fechar para sempre a ferida, e isto exige de todos uma ação responsável".
O governo espanhol rejeitou esse novo anúncio da ETA, o terceiro no mês, tal como fez com os anteriores. "Já não valem comunicados ou entrevistas, apenas o abandono definitivo da violência", disse um funcionário citado pelo site do jornal El Mundo.
Segundo o Gara, os dois "etarras" garantem que a suspensão das ações violentas, anunciada em 5 de setembro passado, tem caráter estável.
A organização separatista anunciou no início de setembro que "não efetuaria mais ações ofensivas armadas", sem precisar se a decisão era temporária ou definitiva.