Agência France-Presse
postado em 29/09/2010 18:07
Caracas - O governo venezuelano pediu nesta quarta-feira (29/9) aos correspondentes estrangeiros que não se comportem como um ator político, em resposta à reação gerada pelos comentários que o presidente Hugo Chávez dirigiu a uma jornalista durante uma coletiva na segunda-feira.Em um comunicado, o ministério da Informação pede à Associação de Imprensa Estrangeira (APEX) da Venezuela que "não se preste a participar na vida nacional como um ator político a mais, e sim que seus membros desenvolvam seu trabalho com um total respeito às instituições e à ética jornalística".
Na última segunda-feira, durante coletiva no palácio presidencial Miraflores, Chávez reagiu duramente à pergunta de uma correspondente estrangeira sobre a nova lei eleitoral venezuelana.
"O presidente fez uma crítica respeitosa a uma pergunta tendenciosa da jornalista. É um direito que todo cidadão tem, inclusive o presidente da República", afirma o comunicado.
O texto do ministério responde a um comunicado da APEX no qual demonstra a solidariedade com a jornalista e pede ao governo respeito e abertura quanto aos correspondentes.
O Sindicato de Jornalistas Venezuelano (SNTP) e o Colégio Nacional de Jornalistas (CNP) também condenaram a reação do presidente.
Na ocasião, a jornalista teria pedido que Chávez explicasse como o partido venceu as eleições legislativas de domingo passado se a oposição tinha conquistado a maioria dos votos.
O presidente, irritado, perguntou se a profissional conhecia a Constituição do país e acusou a emissora de difundir mentiras sobre a "revolução bolivariana".