Agência France-Presse
postado em 30/09/2010 10:32
O Paquistão impediu temporariamente nesta quinta-feira (30/9) a entrada dos comboios com material da Otan no Afeganistão, depois de acusar a força internacional de ter matado três soldados paquistaneses em um ataque com helicópteros."Suspendemos no momento a entrada dos caminhões de abastecimento da Otan por motivos de segurança", declarou à AFP um oficial da unidade paramilitar do Corpo de Fronteira do Paquistão na cidade de Peshawar, que pediu anonimato.
Duas fontes na área de fronteira de Torjam, no distrito paquistanês de Jyber, e um diplomata americano confirmaram que os comboios da Otan não foram autorizados a cruzar a fronteira.
A principal estrada usada pela Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan, que combate os talibãs no Afeganistão, passa por Jyber.
Comandantes militares paquistaneses acusaram a Otan de ter matado três soldados do país nesta quinta-feira em um ataque executado por helicópteros, o terceiro incidente do tipo em uma semana.
A Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan assegurou que entrou no espaço paquistanês para se defender de disparos inimigos.
Antes, a Otan já argumentara seu direito de se defender dentro de seu mandato no Afeganistão.
"As forças da Isaf têm o direito dentro de seu mandato de defender-se quando cumprirem com sua missão", afirmou à AFP um dirigente da Otan, em resposta ao firme protesto paquistanês pelos bombardeios aéreos realizados por helicópteros da Aliança em seu território, perto da fronteira com o Afeganistão.
Um ataque dos helicópteros da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) da Otan matou na sexta-feira 30 insurgentes, segundo as forças internacionais.
O Paquistão, no entanto, afirma que os helicópteros já haviam entrado em seu território em outras ocasiões, vindos da província afegã de Khost (leste) quando perseguiam os rebeldes.
"Estes incidentes são uma clara violação do mandato da ONU sob o qual a Isaf opera", afirmou em um comunicado o porta-voz da chancelaria paquistanesa, Abdul Basit.