Agência France-Presse
postado em 30/09/2010 14:16
O chefe das Forças Armadas de Equador, general Ernesto González, expressou nesta quinta-feira (30/9) seu apoio ao presidente Rafael Correa depois que um grupo de militares tomou o aeroporto para protestar contra uma lei que elimina benefícios da instituição e da polícia."Nós estamos num estado de direito, estamos subordinados à máxima autoridade que é o senhor presidente da República", afirmou o máximo comandante militar à imprensa na cidade de Cuenca (sul).
"Vamos tomar as medidas que correspondam, as que forem determinadas pelo governo nacional para restabelecer a ordem", acrescentou.
Em uma tentativa por apaziguar o protesto, Correa foi ao regimento número um de Quito, mas, depois de ser vaiado pelos manifestantes, acabou por desafiar os militares e policiais.
"Não darei nenhum passo atrás. Se quiserem, tomem os quarteis, se quiserem deixar a cidadania indefesa e se quiserem trair sua missão de policiais", afirmou Correa em uma acalorado discurso ante dezenas de militares que tomaram o principal regimento de Quito.
"Se quiserem matar o presidente, aqui estou, matem-no se tiverem vontade, matem-no se tiverem poder, matem-no se tiverem coragem ao invés de fiar covardemente escondido na multidão", afirmou ainda.
"Se quiserem destruir a pátria, aí está! Mas o presidente não dará nem um passo atrás".
Cerca de 150 membros da Força Aérea Equatoriana (FAE) tomaram nesta quinta-feira o aeroporto internacional de Quito, e por isso foram suspensas as operações aéreas, informou um porta-voz do terminal.
"Cerca de 150 efetivos da Força Aérea Equatoriana tomaram a pista do aeroporto Marechal Sucre e também a rua na entrada", afirmou à rádio Quito o porta-voz da empresa administradora Quiport, Luis Galárraga.
O funcionário acrescentou que o pessoal está formado em ambas as pistas e que, por motivos de segurança, é impossível dar prosseguimento às operações.
Os agentes também protestam em outros quarteis de Guayaquil (sudoeste) e Cuenca (sul), segundo informes policiais, mas a manifestação mais numerosa acontece na capital, onde ocorreram distúrbios.