Agência France-Presse
postado em 30/09/2010 19:07
Quito - O presidente do Equador, Rafael Correa, está cercado por policiais rebeldes em um hospital de Quito, para onde foi levado após ser agredido em um quartel por agentes que protestavam contra a lei que reduziu os salários.Os manifestantes, policiais e militares, gritavam palavras de ordem contra o governo diante do Hospital da Polícia, no norte de Quito, enquanto alguns rebelados tentavam entrar no quarto de Correa.
Segundo o vice-presidente do Equador, Lenín Moreno, Correa é vítima de uma "tentativa de sequestro" por parte dos militares e policiais rebelados. "Um grupo de delinquentes tenta sequestrar o presidente da República".
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou em Caracas que Correa é refém dos policiais.
Chávez destacou que tentou falar com Correa em quatro ocasiões e foi informado por ele que estava "sequestrado" no hospital da polícia, acompanhado por um reduzido grupo de colaboradores, e que temia por sua vida.
Já o comandante da polícia do Equador, general Freddy Martínez, negou que Correa tenha sido sequestrado por membros dessa instituição.
"Não, não está sequestrado", respondeu o oficial à AFP, afirmando que a segurança do chefe de Estado "está garantida" nessa clínica, onde recebe atenção médica.
"Temos que protegê-lo. O presidente está no hospital, está sendo atendido pelos médicos do hospital, sei que seu estado é normal", afirmou o oficial, que na manhã tentou abafar o protesto, mas não foi escutado pelos subordinados.
A agência oficial de notícias Andes informou que Correa está reunido com representantes dos policiais rebelados para discutir a lei que reduz os salários.
Os policiais, acompanhados de um advogado, realizam a reunião no quarto do hospital da Polícia de Quito onde Correa é atendido após ser agredido por manifestantes.
Em torno do hospital, policiais disseram à imprensa que "vão derrubar a lei aprovada pelo Legislativo. Vamos ficar aqui o tempo que for necessário", garantiu à AFP um agente, que pediu para não ser identificado.
Na zona do hospital há grande confusão, com bombas de gás lacrimogêneo explodindo e policiais circulando em carros e motocicletas, enquanto alguns funcionários tentam montar uma operação para retirar o presidente do local e levá-lo ao Palácio de Carondelet, sede do Executivo.