Agência France-Presse
postado em 01/10/2010 15:42
Washington - O presidente Barack Obama aceitou nesta sexta-feira (1/10) a renúncia do chefe de gabinete da Casa Branca, Rahm Emanuel, e anunciou oficialmente a nomeação de Pete Rouse, outro dos homens de confiança, para substituí-lo."É o anúncio com menos suspense de todos os tempos", brincou o presidente, em alusão às inúmeras referências da imprensa sobre esse tema.
A partida de Emanuel, que concorrerá ao cargo de prefeito da cidade natal de Chicago, oferece a Obama a chance de chacoalhar o pessoal da Casa Branca depois que os democratas absorverem o possível baque de novembro nas eleições de metade de mandato.
Obama disse que a saída de Emanuel foi um momento "agridoce" porque ninguém poderia ter sido um chefe de gabinete melhor que ele.
"É justo dizer que nós não poderíamos ter conquistado o que conquistamos sem a liderança de Rahm", disse Obama, citando a recuperação pós-crise econômica e as novas leis financeiras e de saúde.
Emanuel, um político conhecido pela extrema energia, limpou as lágrimas durante um curto discurso, e fez um tributo emocionado a Obama.
"Você teve a coragem de tomar as decisões difíceis que interromperam a queda livre e salvaram nosso país de uma segunda Grande Depressão", disse ao presidente.
"Sr. Presidente, eu pensei que era durão... quero agradecê-lo por ser o líder mais forte que qualquer país poderia pedir durante os tempos mais difíceis que qualquer presidente já enfrentou".
Rouse, que esteve com Obama desde que ele era senador, e é conhecido nos corredores do poder no Congresso, faz um contraste com o estilo confrontador de Emanuel.
"Há um ditado na Casa Branca que diz ;deixe o Pete resolver;", disse Obama, afirmando que o novo braço direito é esperto e habilidoso. "Pete é conhecido como um solucionador de problemas, e a boa notícia para ele é que temos muitos problemas a resolver". Obama declarou ainda que Rouse está assumindo no início da "próxima fase de nossa administração".
Se os democratas, como previsto, perderem a Câmara dos Representantes e virem a maioria no Senado abalada nas eleições de novembro, as altas ambições dos primeiros dois anos de Obama no governo serão apenas memória.
Ele enfrentará a escolha de lançar uma guerra política com os republicanos enquanto constrói as bases para uma esperada campanha de reeleição em 2012, ou pode procurar costurar compromissos com os rivais no Capitólio.
Emanuel é o último funcionário-chave a deixar a Casa Branca, após a saída do diretor de orçamento, Peter Orszag, e da assessora econômica Christina Romer. Outro alto membro da equipe econômica vai sair este ano.
Tais saídas não são comuns nesse estágio da administração, dados o estresse, as longas jornadas e o salário ruim na comparação com os empregos da Ala Oeste.