Agência France-Presse
postado em 03/10/2010 17:31
O chefe do governo italiano, Silvio Berlusconi, prometeu neste domingo em Milão eleições antecipadas antes de 2013 caso os parlamentares dissidentes dentro de seu grupo de maioria e de direita que lhe deram seu apoio no voto de confiança não se mostrem leais a seu governo."Vamos adiante, convencidos da confiança que nos deram" na quarta-feira o Futuro e Liberdade para a Itália (FLI), o grupo que reúne os 34 deputados partidários do presidente da Câmara, Gianfranco Fini, seu ex-aliado, declarou Berlusconi durante o fechamento da festa de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL).
"Verificamos esta lealdade a cada dia e, se não for verificada nos atos, retornaremos imediatamente diante do povo italiano para pedir novamente sua confiança", afirmou.
Na quarta-feira, os deputados convidados a adotar um discurso programático de Berlusconi apoiaram o voto de confiança por 342 votos a favor, em 617 votantes, confirmando o peso determinante dos partidários de Fini.
Os desacordos entre os dois aliados durante 16 anos, que hoje parecem insuperáveis, explodiram no fim de julho, quando Berlusconi tirou Fini do FDL, do qual era fundador, porque já não suportava seu distanciamento.
"Os parlamentares que criaram um novo grupo afirmaram sua confiança e queremos acreditar neles para realizar nosso programa de governo", completou Berlusconi.
"Iremos adiante com uma grande maioria parlamentar que foi confirmada tanto na Câmara como no Senado", disse.
Apesar do que deixam a entender estas declarações, Berlusconi não dispõe do poder de convocar eleições antecipadas. É um poder que cabe exclusivamente ao presidente da República, Giorgio Napolitano, com quem não mantém uma boa relação.
Caso Berlusconi não apresente sua demissão, Napolitano não estaria obrigado a dissolver o parlamento. Poderia buscar uma nova maioria que poderia, por exemplo, criar um governo chamado "técnico" até o final da legislatura.