postado em 05/10/2010 11:58
Brasília ; Autoridades que tiveram contatos com dissidentes mantidos em prisões cubanas indicaram que o governo de Raúl Castro pode libertar mais presos políticos. O chefe da Comissão de Direitos Humanos de Cuba, Elizardo Sanchez, disse que nove prisioneiros foram contatados pelo serviço de segurança e questionados se estariam prontos para deixar o país com suas famílias.De acordo com Berta Soler, do grupo de apoio a prisioneiros Mulheres de Branco, a lista adicional de presos da entidade será entregue nesta semana à Igreja, à embaixada espanhola e à União Europeia. Os números variam entre 40 e 100 pessoas.
A Igreja Católica pediu a organizações de defesa dos direitos humanos e grupos dissidentes em Cuba que ajudem a identificar todos os prisioneiros políticos ainda sob custódia das autoridades. A iniciativa gerou especulações de que há a intenção do governo de libertar todos os prisioneiros de uma só vez.
Em julho, a Igreja Católica cubana e o governo da Espanha intermediaram com o governo de Castro a libertação de 52 presos políticos. Deste grupo, 36 já foram libertados e mais quatro aguardam a última ordem para deixar o cárcere. Os dissidentes que saíram das prisões partiram para a Espanha. Eles criticaram a obrigatoriedade de deixar o país com as famílias rumo à Europa.
Até o momento não houve pronunciamentos oficiais do governo cubano sobre libertações adicionais de prisioneiros.
No começo deste ano, a morte em uma prisão cubana de um dissidente que fez greve de fome provocou críticas da comunidade internacional. Os 52 prisioneiros libertados em julho foram detidos em uma operação das autoridades cubanas contra grupos de oposição não violentos.