Agência France-Presse
postado em 05/10/2010 20:25
Washington - Paquistão avança rapidamente para a construção de um novo reator nuclear, o que dará ao país maior possibilidade de produzir armas atômicas de menor tamanho, afirmaram nesta terça-feira (5/10) especialistas americanos.O Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional, grupo privado americano crítico às armas nucleares, afirma ter detectado grandes progressos na zona de Khushab, ponto crucial da produção de plutônio paquistanês, na província de Punjab.
Segundo uma imagem de satélite feita em setembro, o terceiro reator paquistanês tem agora uma linha completa de torres de refrigeração. A construção destas torres foi iniciada em 2006.
O Instituto afirma que a imagem revela a aceleração do ritmo de construção das torres de refrigeração, que no segundo reator exigiram mais de seis anos.
"Pelo que vimos na foto, não me surpreenderia se o reator iniciasse sua operação em 2011," disse Paul Brannan, analista do Instituto.
Os especialistas afirmam ainda que há vapor saindo do segundo reator, como revelam imagens obtidas em 31 de dezembro passado, o que indica que já está em operação.
O Paquistão se declarou potência nuclear em 1998, dias após a Índia revelar o armamento atômico.
O arsenal nuclear paquistanês era, a princípio, baseado em urânio altamente enriquecido, mas analistas ocidentais acreditam que o Paquistão recebeu ajuda da China para construir Khushab e produzir plutônio, que pode ser usado em mísseis de cruzeiro contra a Índia.
"As bombas de plutônio permitem armas menores, mais leves e mais potentes, facilitando seu lançamento, e suspeitamos que este seja o objetivo do Paquistão", disse Brannan.
O arsenal nuclear paquistanês é uma questão extremamente sensível para os Estados Unidos, que buscam melhorar as relações com o país, importante aliado na luta contra os extremistas islâmicos.