Agência France-Presse
postado em 09/10/2010 15:40
Mina San Jose - Os familiares dos mineiros presos na mina chilena há mais de 60 dias priorizam a segurança à rapidez no resgate enquanto as autoridades analisam as condições do túnel por onde eles serão içados."O mais importante agora é que saiam e que saiam bem", declarou à AFP Doris, mãe de Pedro Cortez, um dos 33 mineiros presos a 700m de profundidade.
"Por isso preferimos que seja uma decisão tranquila. Se esperamos mais de dois meses, não nos custa esperar um ou dois dias mais".
Cristian Barra, assessor do ministério do Interior, concorda que a prudência é a melhor solução. "Precisamos tomar a decisão correta", afirmou.
A mãe de outro mineiro, Víctor Zamora, enfatiza: "Este acidente aconteceu por falta de segurança. A lição é que é preciso proteger os mineiros".
Para Raúl Burger, presidente executivo da empresa de guindastes Burger, é preciso analisar cuidadosamente o túnel. "Não há dúvidas, é preciso forrar o duto mesmo que isso atrase o resgate alguns dias. É como dirigir com ou sem cinto de segurança", explicou.
O ministro da Mineração chileno Laurence Golborne confirmou neste sábado (9/10) a chegada da broca de perfuração até o local onde estão os mineiros, mas advertiu que ainda resta muito trabalho a fazer.
"Ainda resta um longo caminho a percorrer e precauções a serem tomadas ", indicou, acrescentando que os mineiros "estão muito tranquilos, mais tranquilos do que a imprensa".
"Hoje (sábado) às 8h05, rompemos o nível de 622m", explicou Golborne, referindo-se ao momento em que a perfuradora T-130, uma das máquinas que trabalhava no resgate, completou a meta de perfuração e alcançou o ponto onde os mineiros estão.
"Tudo foi feito de maneira controlada, com uma câmera, ao mesmo tempo em que os mineiros, lá embaixo, iam indicando o caminho" ao operador da perfuradora, relatou. "Foram 33 dias de perfuração para resgatar 33 mineiros ", disse o ministro.
Concluída a escavação do duto, a máquina será desmontada; em seguida, uma câmera de vídeo será introduzida para avaliar a situação das paredes do duto. Com essa informação, as equipes definirão se o caminho será revestido com tubos metálicos ou não, ou se será apenas revestido parcialmente, explicou.
Dependerá desta decisão a data prevista para o início do resgate dos mineiros, presos desde 5 de agosto.