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Risco de nova enxurrada de lama tóxica diminui na Hungria

Agência France-Presse
postado em 10/10/2010 16:06
A fissura no depósito de lama tóxica que cedeu no dia 4 de outubro, provocando a maior catástrofe ambiental da Hungria, não aumentou de sábado para domingo, reduzindo o risco de um segundo vazamento, informou o chefe do serviço de prevenção de catástrofes, Tibor Dobson.

"A rachadura no lado norte do depósito estabilizou-se, os reparos estão em andamento e não encontramos novas fissuras", indicou à AFP.

Mesmo assim, um novo dique continua sendo construído em Kolontar, povoado mais atingido pela inundação da lama vermelha, resíduo do refino de bauxita. Dezenas de operários trabalham dia e noite na obra, e o bom tempo ajuda a evitar atrasos, segundo Dobson.

A fissura tem meio metro de largura e pelo menos 25 metros de comprimento.

Ao todo, 900 operários e especialistas foram mobilizados em diferentes obras de reconstrução e contenção, além das operações de retirada de escombros e limpeza. Mais de 800 voluntários se ofereceram para ajudar.

No sábado, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban alertou para o risco de uma segunda inundação de lama tóxica.

Para evitar uma nova tragédia, os 800 habitantes de Kolontar foram retirados no sábado pelas autoridades e levados para locais mais seguros.

Na manhã deste domingo, os resultados das amostras de água coletadas no rio Danúbio, um dos maiores da Europa, revelavam uma ligeira redução da contaminação: em uma escala de 1 a 14 cujo nível normal é 8, o índice pH do curso d;água foi aferido em 8,19 no rio Marcal (o mais afetado pelo vazamento), de 8,2 no rio Raab (afluente direto do Danúbio) e 7,54 no próprio Danúbio.

As autoridades, por outro lado, anunciaram que os habitantes da região oeste da Hungria atingida pela enxurrada de lama tóxica deverão obrigatoriamente usar máscaras e óculos de proteção.

"De acordo com nossas últimas medições, o grau de pó no ar ultrapassa o nível considerado aceitável, e por isso o uso de máscaras e óculos de proteção se tornou obrigatório", explicou o Serviço Nacional de Saúde (ANTSZ).

"A lama vermelha, ao secar, pode ser inalada e irritar as mucosas, e seus efeitos podem ser prejudiciais para a epiderme e os olhos".

Além disso, o ANTSZ pediu que todas as pessoas que participam dos trabalhos de limpeza e reconstrução usem, além da máscara e dos óculos, botas, luvas de proteção e roupas fechadas, e que lavem com água limpa as partes do corpo expostas.

No dia 4 de outubro, uma maré de lama vermelha altamente tóxica vazou do depósito de uma fábrica de alumínio em Ajka, 160 km a oeste de Budapeste.

A lama se espalhou por uma superfície de 40 km;, destruindo o ecossistema dos rios Torna e Marcal e chegando ao rio Raab, afluente direto do Danúbio.

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