Agência France-Presse
postado em 11/10/2010 19:22
Bogotá - O major do Exército colombiano Alirio Antonio Ureña foi condenado nesta segunda-feira (11/10) a 44 anos de prisão pela morte de 245 civis, entre 1986 e 1994, na região de Trujillo, no departamento de Valle del Cauca.Segundo um juiz do Tribunal Especializado de Bogotá, o major reformado Alirio Antonio Ureña, então comandante da brigada local, se associou a paramilitares de extrema direita e a chefes do narcotráfico para assassinar "sistematicamente os habitantes de Trujillo".
No "Massacre de Trujillo", que envolveu ainda os municípios de Riofrío e Bolívar, os agressores usaram motoserras para desmembrar as vítimas, antes de jogá-las nas águas do rio Cauca.
Após a Justiça absolver o major Ureña e vários narcotraficantes, como Henry Loaiza ;El Alacrán; e Diego Montoya ;Don Diego;, no final dos anos 80, a Suprema Corte ordenou a reabertura do caso, em 1991.
As vítimas do massacre eram acusadas de pertencer à guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN).
Entre os mortos em Trujillo está o padre católico e líder comunitário Tiberio Fernández, que teve orgãos genitais, pés, mãos e cabeça cortados, antes de ser lançado no rio Cauca.
O "Massacre de Trujillo" foi severamente condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos. Em 1995, o então presidente Ernesto Samper pediu desculpas públicas pela incapacidade das Forças Armadas para evitar o caso.