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Filho de Sakineh está desaparecido no Irã

postado em 12/10/2010 10:18
O filho e o advogado da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, estão desaparecidos desde a noite de domingo, quando concediam entrevista a dois jornalistas alemães na cidade de Tabriz (a 500km de Teerã). A denúncia foi feita por membros do Comitê Internacional contra o Apedrejamento, que acreditam que Sajjad Ghaderzadeh e Houtan Kian ; além dos jornalistas ; foram presos pelo regime islâmico. As autoridades, no entanto, confirmaram apenas a detenção de ;dois estrangeiros; que teriam entrado no país como turistas e estavam com Ghaderzadeh quando foram abordados.

De acordo com Maryam Namazie, integrante do comitê, sua colega Mina Ahadi foi procurada pelo grupo na noite de domingo para ajudar na entrevista, por telefone, traduzindo as perguntas e respostas. ;Na terceira pergunta, ela ouviu a voz de um dos jornalistas perguntando ;O que está acontecendo aqui?; E eles logo desligaram o telefone;, contou Namazie ao Correio. ;Ela ouviu o barulho de pessoas entrando na sala. Provavelmente eram os oficiais de segurança, já que foi confirmada depois pelo governo a prisão dos dois jornalistas;, completou. Namazie afirmou que os repórteres não retornaram ao hotel, nem o advogado à sua casa. Os amigos de Ghaderzadehm, de 22 anos, também disseram não ter notícias dele. Desde então, eles tentam, sem sucesso, entrar em contato com os quatro, por telefone.

Na manhã de ontem, Saeedeh, a filha caçula de Sakineh, esteve na prisão de Tabriz buscando informações sobre o irmão. ;Eles disseram que não estavam com ele. Mas isso não significa nada, porque nunca confirmam quem está detido lá;, afirmou Namazie. À agência iraniana Isna, o procurador-geral, Gholam Hossein Mohseni Ejeie, confirmou a prisão dos dois repórteres. ;Os primeiros elementos da investigação mostram que essas pessoas entraram no país como turistas e fizeram perguntas aos filhos de Sakineh Mohammadi. Esses dois estrangeiros estão atualmente em detenção;, disse. Segundo a edição digital da revista alemã Der Spiegel, os dois jornalistas trabalham para o suplemento dominical do jornal Bild. A chancelaria alemã não confirmou a informação, mas disse estar investigando a denúncia.

Pressão
;Sajjad vinha recebendo ameaças para não falar mais sobre o caso da mãe, e temíamos que isso ocorresse a qualquer hora;, contou Namazie. Segundo ela, o comitê já levou a denúncia ao Parlamento Europeu e disse esperar de governos como o do Brasil que ;façam pressão; sobre o regime de Teerã. ;Países democráticos deveriam romper relações com um país que condena um mulher à morte por apedrejamento;, disse.

No dia 28 de setembro, o procurador-geral iraniano anunciou que Sakineh, acusada de adultério e cumplicidade no assassinato do marido, foi condenada à morte por enforcamento pelo último crime. A decisão suspende a execução por apedrejamento, mas não a livra da pena capital. No início de julho, o Irã anunciou que a condenação ao apedrejamento, anunciada em 2006 e confirmada em 2007, após apelação, mas não executada, tinha sido ;suspensa; e que o caso estava sendo reexaminado.

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