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Ahmadinejad é recebido como herói em polêmica visita ao Líbano

postado em 13/10/2010 17:04
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, foi recebido como herói nesta quarta-feira em sua chegada ao Líbano, onde destacou a resistência deste país diante da agressão de Israel.

No início de sua polêmica visita oficial, Ahmadinejad foi recebido por milhares de pessoas convocadas pelo movimento xiita Hezbollah, aliado do regime de Teerã e o mais poderoso movimento político e militar do Líbano. "Os inimigos do Líbano e do Irã estão invadidos pelo terror quando veem estas duas nações lado a lado", declarou o presidente iraniano em sua chegada, segundo a agência oficial iraniana Irna.

"Hoje viramos para uma nova página. Estou orgulhoso por estar no Líbano", acrescentou ao dirigir-se ao presidente do Parlamento, o xiita Nabih Berri, que o recebeu no aeroporto.

A bordo de um carro sem capota, Ahmadinejad saudou as pessoas que lhe jogavam arroz e pétalas de rosa e gritavam "Kosh Amadi" (bem-vindo em persa) e "Allah Akbar" (Deus é grande, em árabe). "Vim receber o presidente Ahmadinejad porque ele ajudou o Líbano em sua construção mais que os países árabes", declarou uma dessas pessoas, Munir, de 47 anos, em referência à ajuda iraniana à região sul destruída pela guerra de 2006 entre o Hezbollah e Israel.

"Esta acolhida será uma bofetada em todos que criticaram a visita, como Estados Unidos e Israel, que vivem em um estado de nervosismo devido à chegada de Ahmadinejad", afirmou o canal do Hezbollah Al Manar, em referência à preocupação expressa por Washington e pelo Estado hebreu, inimigos jurados de Teerã, sobre esta visita.

A visita do presidente da República islâmica criou polêmica no Líbano, onde os pró-ocidentais reprovam Teerã por sua interferência e temem que o país se converta numa base iraniana às portas do Estado hebreu.

Em Kosovo, etapa de sua viagem pelos Bálcãs, a secretária de Estado americana Hillary Clinton negou nesta quarta qualquer tentativa de desestabilizar Líbano.

Em Israel, o deputado de extrema-direita Arie Eldad foi mais além ao preconizar a eliminação do presidente iraniano.

A maioria parlamentar pró-ocidental também criticou a visita, já que reprovam Teerã por sua interferência e temem que o país se converta numa base iraniana às portas do Estado hebreu.

No palácio presidencial de Baabda, perto de Beirute, Ahmadinejad assegurou que "damos o total apoio à resistência do povo libanês contra o regime sionista e queremos a total libertação dos territórios ocupados no Líbano, Síria e Palestina".

Em coletiva conjunta depois de se reunir com seu colega libanês, Michel Suleiman, o presidente iraniano acrescentou que "ambos temos interesses e inimigos comuns". O Hezbollah combateu contra Israel em 2006, e anteriormente o fez no sul do país, até 2000, durante os 22 anos de ocupação israelense.

Os presidentes dos dois países assinou uma série de acordos energéticos, comércio, turismo e tecnologia. O presidente iraniano também se reuniu com o primeiro-ministro Saad Hariri, apoiado pelos Estados Unidos e Arábia Saudita.

No fim do dia, se encontrou ainda com o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ato organizado pelo movimento xiita, considerado pelos Estados Unidos uma organização terrorista. Em um discurso transmitido por um telão, o líder do Hezbollah apoiou as palavrs do presidente iraniano contra Israel: "Ahmadinejad tem razão quando diz que Israel é um Estado ilegítimo e que deve desaparecer".

Nesta quinta-feira, segundo e último dia da viagem, o presidente iraniano visitará as localiddades na fronteira sul com Israel, devastadas durante os confrontos de 2006 e reconstruídas em grande parte graças à ajuda iraniana.

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