Agência France-Presse
postado em 14/10/2010 19:15
Quito - A segurança do presidente do Equador, Rafael Correa, foi redobrada e está a cargo de militares, após a rebelião policial de 30 de setembro que se revelou como uma tentativa de golpe de Estado e assassinato, informou a presidência nesta quinta-feira (14/10)."Redobramos as precauções quanto à segurança", disse o governante em entrevista à AFP, confessando o medo. "Isso me incomoda muito, a pior parte deste ofício é perder a privacidade, tendo que manter sempre a segurança, mas não podemos ser insensatos ao encarar os fatos", acrescentou.
Correa denunciou uma tentativa de homicídio durante a operação militar que o resgatou de um hospital, onde ficou preso por policiais por várias horas, como parte da revolta contra uma lei que eliminou bonificações para a força pública.
O presidente se refugiou no centro médico após ter sido agredido no principal regimento de Quito, quando tentava acalmar os protestos que fizeram 10 mortos e 274 feridos.
"Sempre andei no banco da frente do carro com o vidro abaixado cumprimentando todos, conversando; agora não posso, tenho que ir em um carro blindado, com os vidros fechados; isto é muito duro para mim, mas não quero ser nem herói nem mártir, apenas servir a meu país. Preciso prestar atenção à segurança", relatou.
Correa destacou que o novo esquema implicou a remoção da Polícia da guarda presidencial, deixando a tarefa a cargo dos militares, e apontou que nessa instituição ainda existem antigos "elementos criminosos".
"Mais do que pela desconfiança nos policiais, a medida foi pela fricção que a partir do dia 30 de setembro começou a existir entre militares e policiais. Para evitar possíveis problemas, tivemos que prescindir da segurança policial na presidência", explicou.
O chefe de Estado agradeceu, no entanto, os policiais leais que participaram do resgate.