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Israel retoma colonização em Jerusalém Oriental e revolta palestinos

Agência France-Presse
postado em 15/10/2010 11:55
JERUSALÉM - Israel anunciou nesta sexta-feira (15/10) novas licitações em Jerusalém Oriental. A decisão irritou os palestinos, que acusaram o Estado hebreu de "matar qualquer possibilidade de reiniciar as negociações de paz". O ministério israelense da Habitação decidiu abrir licitações para a construção de 238 casas para dois bairros de colonização de Jerusalém Oriental, Ramot e Pisgat Zeev. O principal negociador palestino, Saeb Erakat, acusou o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de tentar "matar qualquer possibilidade de reiniciar as negociações". Ele também pediu a intervenção dos Estados Unidos, que já estão mobilizados para tentar solucionar a questão da colonização na Cisjordânia. Estas são as primeiras licitações anunciadas desde 26 de setembro, quando expirou a moratória de 10 meses sobre novas construções nas colônias da Cisjordânia. "Condenamos firmemente essa decisão e pedimos ao governo americano que considere o governo israelense responsável pelo fracasso das negociações e do processo de paz", declarou Erakat. Os palestinos consideram que a continuidade da colonização na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, prejudica o resultado das negociações e compromete a viabilidade de seu futuro Estado. "Este anúncio é claramente um gesto político destinado a obstruir a retomada das negociações de paz com os palestinos", declarou Hagit Ofran, diretora do movimento Paz Agora, contrário à colonização. Segundo o jornal israelense Yediot Aharonot, o governo autorizou as licitações depois de ter informado às autoridades americanas. Washington pressiona o governo de Netanyahu a reduzir a magnitude das obras previstas. Em março, o ministério anunciou um importante projeto de construção em outro bairro do setor oriental da cidade, durante a visita do vice-presidente americano Joe Biden. O anúncio irritou Washington e rendeu um pedido de desculpas de Benjamin Netanyahu. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, afirmou ontem que esperar que os Estados Unidos convençam Israel a decretar uma nova moratória sobre a colonização. Abbas recordou ainda que a colonização era "ilegal". A Liga Árabe ratificou em 9 de outubro a posição de Abbas, mas concedeu um prazo de um mês aos Estados Unidos para resolver o problema da colonização. Um total de 270 mil palestinos vive em Jerusalém Oriental, onde aproximadamente 200 mil judeus israelenses estão instalados em 12 bairros.

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