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Manifestação de apoio a Correa reúne milhares em Quito

Agência France-Presse
postado em 15/10/2010 20:41
Quito - Milhares de pessoas manifestaram nesta sexta-feira (15/10), em Quito, apoio ao presidente do Equador, Rafael Correa, após a violenta rebelião policial que ocorreu há duas semanas.

Com bandeiras equatorianas e do movimento governista Aliança País, milhares de seguidores do governo concentraram-se na centenária praça de San Francisco, no centro colonial da capital.

Gritando slogans como "Correa amigo, o povo está contigo" e cartazes com a foto do governante, outras centenas de manifestantes avançavam pelas ruas do centro histórico em direção à praça, em uma procissão ao longo de dez quarteirões.

A manifestação foi convocada pela Coordenadoria para a Defesa da Democracia, que reúne cerca de 50 movimentos sociais e foi criada após a revolta de cerca de mil policiais em 30 de setembro, na qual Correa foi agredido por manifestantes.

Outras mensagens como "Proibido esquecer 30-S", em referência à data da revolta, eram lidas em cartazes de delegações que viajaram para Quito a partir de províncias localizadas a leste, na costa e no centro andino do país, entre elas de indígenas da Amazônia que vestiam os trajes tradicionais.

Em meio à rebelião policial, que deixou 10 mortos e 274 feridos, Correa foi retido em um hospital de Quito, sendo resgatado em uma operação militar em meio a um tiroteio.

"Democracia sim, 30-S não", era outra das frases escritas em um cartaz que mostrava uma foto dos manifestantes que no dia da rebelião foram ao hospital para apoiar o presidente, enfrentando inclusive os policiais rebelados.

A manifestação também contou com a presença do vice-presidente, Lenin Moreno, do presidente do Congresso, Fernando Corderno, e de dezenas de ministros, além de organizações de camponeses, indígenas e trabalhadores, entre outras.

"Queremos dizer não ao golpismo, dizer que não estamos de acordo com ditaduras, e que sim, estamos de acordo com a democracia, com a participação cidadã", destacou mais cedo o líder camponês Rodrigo Collahuazo, um dos organizadores da manifestação.

Correa, no poder desde 2007 e reeleito até 2013, afirmou na quinta-feira - em uma entrevista à AFP - que a rebelião foi instigada por policiais corruptos em conluio com adversários políticos para provocar a sua queda, mediante uma estratégia de desinformação.

"Creio que nos equivocamos, subestimamos os fatores desestabilizadores que podem existir", disse o governante, que culpou o ex-presidente Lucio Gutiérrez pela "conspiração", um coronel reformado que governou entre 2003 e 2005, quando foi deposto por uma revolta popular.

Como consequência da rebelião, 15 policiais estão presos e outros 13 foram suspensos como medida prévia à expulsão da instituição, enquanto 160 membros da Força Aérea são submetidos a conselhos disciplinares por apoiar o protesto.

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