postado em 16/10/2010 07:31
Em meio à euforia pelo sucesso absoluto no resgate dos 33 trabalhadores em Copiapó, um acidente na mina Botón de Oro, na cidade de Petorca (220km ao norte de Santiago), matou o mineiro Roberto Benítez, 26 anos, esmagado por uma pedra quando tentava calçar uma rocha para evitar o deslizamento. O risco a que os mineradores se expõem diariamente ficou em evidência em outros dois países sul-americanos. No Equador, quatro estão presos em uma mina. Na Colômbia, dois estão desaparecidos há cinco dias, e as autoridades temem pela sobrevivência deles.As autoridades de Petorca confirmaram que a mina de ouro funcionava com autorização do Serviço Nacional de Geologia e Mineração. O governador da província, Gonzalo Miguel, disse que a jazida é explorada "em condições muito boas". Na semana passada, outro mineiro morreu em um acidente semelhante na jazida La Carlota, na cidade de La Ligua, também no norte do Chile. As duas mortes elevaram para 32 o número de vítimas de acidentes nas minas no país, neste ano.
No Equador, quatro mineiros estão presos desde ontem, após desmoronamento em uma jazida. De acordo com uma fonte da Secretaria de Gestão de Riscos, os trabalhadores estão a 150m de profundidade e cerca de 50 pessoas atuam no resgate. Bombeiros preparavam o fornecimento de oxigênio por meio de dutos metálicos. O acidente, decorrente do uso de explosivos, pode ter causado infiltrações de água.
[SAIBAMAIS]Na Colômbia, autoridades tentam resgatar os mineiros Hernán Alfonso Barrera e John Freddy Ordóñez, desaparecidos há cinco dias em uma jazida de carvão no departamento de Boyacá, região central do país. Embora 150 pessoas participem nas buscas, os dois ainda não foram encontrados e não se sabe se estão vivos. O chefe do resgate dos mineiros presos na mina San José no Chile, André Sougarret, ofereceu ajuda. "A verdade é que, ainda que os trabalhos de busca continuem, estamos pessimistas quanto à sorte desses dois mineiros", afirmou o ministro de Minas e Energia, Carlos Rodado.
Trabalhadores da mina disseram que o lugar onde estão presos os mineiros colombianos mediria 60m de comprimento por 2,5m de largura e 2m de altura. Segundo eles, existiam túneis para entrada de ar e água, mas aparentemente as passagens estariam fechadas. O diretor da Defesa Civil em Boyacá, Luis Fernando Piñeros, informou que, no túnel paralelo que está sendo aberto para o salvamento, há uma rocha muito difícil de ser rompida, e por isso a escavação foi atrasada. "Ainda assim, continuamos trabalhando sem parar um minuto sequer", garantiu.