postado em 16/10/2010 07:57
A partir de 1983, com a reforma do Código de Direito Canônico autorizada pelo então papa João Paulo II, o caminho para a canonização foi facilitado. A mudança reduziu os obstáculos e as exigências para se alcançar a chamada "glória dos altares". Desde então, são três as etapas pelas quais um candidato deve passar para ser proclamado santo: confirmação das "virtudes heroicas, beatificação e canonização, para as quais se exige um milagre comprovado.
O primeiro passo para o processo de beatificação é dado, geralmente, pelo bispo da diocese à qual pertencia o candidato. Dificilmente ocorre antes de cinco anos após a sua morte. Durante a investigação, primeiro se demonstra que o candidato tinha fama de santidade e que merece ser apresentado à canonização.
O bispo e/ou os leigos ; ou ainda o chamado postulador, uma espécie de advogado de defesa ; encaminhaam posteriormente a proposta à Congregação para as Causas dos Santos. Mais conhecida em Roma como a "fábrica de santos", congregação é a encarregada de dar o nihil obstat (permissão) para iniciar o verdadeiro processo das "virtudes heróicas". O postulador deve reunir toda informação, de testemunhos a cartas e escritos, para demonstrar que o candidato praticava de forma heroica e continuada as virtudes da fé.
O informe passa, então, pelas mãos do "promotor da fé", quase um colaborador do futuro santo, tentando ajudá-lo indiretamente a demonstrar suas qualidades. Os teólogos consultores, os cardeais e até o papa têm o direito de opinar nesta etapa do processo, depois da qual se pode prever a beatificação, desde quando tiver sido demonstrada pelo menos a existência de um milagre que possa ser atribuído ao candidato.
A reforma do Código de Direito Canônico exige demonstrar outro milagre para que a pessoa possa ser beatificada. Mas comprovar a validade de um milagre tampouco é tarefa fácil. A Congregação para as Causas dos Santos se vale do assessoramento de uma equipe de 70 médicos e de vários especialistas, assim como de estudos clínicos aos quais é submetido o indivíduo supostamente curado por milagre.
Uma primeira aproximação do fenômeno denominado milagre é dada por se tratar de uma cura instantânea, perfeita, duradoura e inexplicável cientificamente, como a de uma doença incurável ou muito difícil de curar. O papa João Paulo II, antecessor de Bento XVI, foi o que mais canonizou pessoas na história. Em 25 anos de pontificado, proclamou 482 santos e 1.338 beatos.