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Protesto continua na França, em meio à possibilidade de desabastecimento

Agência France-Presse
postado em 16/10/2010 14:59
A mobilização contra a reforma do sistema de aposentadoria se mantinha na França com um novo dia de ação que reuniu entre 825.000 e 3 milhões de manifestantes e uma greve nas refinarias que faz temer o desabastecimento de combustível nos aeroportos parisienses.

Pela quinta vez consecutiva, os franceses se manifestaram contra esta reforma impopular que prevê o aumento da idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos.

Como acontece desde o início do movimento, governo e sindicatos apresentam contagem diferente sobre a participação popular.

Segundo o ministério do Interior, 825.000 pessoas foram às ruas (50.000 em Paris), no "mais baixo nível de participação" registrado desde setembro.

[SAIBAMAIS]A CGT, um dos principais sindicatos franceses, contou "cerca de três milhões" de pessoas nas ruas (310.000 na capital).

Os sindicatos já convocaram um novo dia de greve para a próxima terça-feira, véspera da votação no Senado do texto, já aprovado pela Assembleia Nacional.

Neste sábado, o conjunto das 12 refinarias francesas estavam em estado de greve e 10 pararam, informou a União francesa das indústrias de petróleo (Ufip), enquanto grevistas continuavam a bloquear alguns depósitos de combustível.

O temor ao desabastecimento é uma realidade e a ministra da Economia Christine Lagarde exortou os franceses a "não entrarem em pânico". A França está preparada, informou ela, indicando que há estoque de combustível em quantidade suficiente para várias semanas.

Mas os aeroportos franceses poderiam enfrentar a falta de querosene já no início da semana: o oleoduto que abastece os aeroportos parisienses está funcionando de maneira descontínua e o Roissy não dispõe de reservas - apenas até a noite de segunda ou terça-feira, segundo o ministério da Ecologia.

Centenas de postos de gasolina estão fechados ou afetados. Os proprietários de veículos preocupados enfrentam filas nas bombas.

O governo havia autorizado quinta-feira o desbloqueio de uma parte das reservas comuns de combustível (10 a 12 dias de consumo), mas excluiu a possibilidade de tocar nas reservas estratégicas.

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