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Acidente em mina de carvão chinesa mata 21 e deixa 16 desaparecidos

Agência France-Presse
postado em 16/10/2010 17:24
PEQUIM - Pelo menos 21 mineiros morreram soterrados este sábado (16/10) na China, e equipes de resgate se esforçam para socorrer os outros 16 que permanecem presos no fundo de uma mina na região central da China, depois de uma explosão, noticiou a agência estatal Nova China.

A explosão de metano afetou a mina de carvão, situada no centro da província de Henan, acrescentou a fonte, destacando que as operações de socorro continuam.

No momento da explosão, 276 mineiros estavam trabalhando na extração de carvão, mineral que gera 70% da energia do país.

Depois do acidente, 239 mineiros conseguiram regressar à superfície, mas foram encontrados 21 corpos, enquanto 16 pessoas permaneciam desaparecidas e os socorristas continuam procurando-as, acrescentou a fonte.

As minas chinesas têm a triste fama de ser as mais perigosas do mundo, devido à negligência na questão da segurança e por uma exigência de produção cada vez maior.

A questão da segurança nas minas do gigante asiático voltou à tona após o resgate bem-sucedido, na quarta-feira, de 33 mineiros que ficaram debaixo da terra no Chile por 69 dias.

As operações de resgate no Chile foram transmitidas ao vivo pela TV estatal chilena e na própria quarta-feira, internautas chineses criticaram a falta de segurança das minas de seu país.

"As pessoas que nascem no Chile têm sorte... Se tivesse acontecido aqui, teríamos sepultado os vivos e os mortos", denunciou um internauta no popular portal web sohu.com.

"A operação de resgate no Chile humilhou a China. Pensem nisto: quantos trabalhadores chineses morreram em desastres nas minas?", comentou outro internauta.

No ano passado, 2.631 pessoas morreram trabalhando nas minas chinesas.

Segundo observadores independentes, o número real de mortos no país pode ser muito maior, já que muitos incidentes não são divulgados para evitar custosos fechamentos de jazidas, em um momento em que há uma forte pressão para aumentar a produtividade.

De acordo com o Instituto chinês de Informação sobre o Carvão, governo de Pequim destina anualmente o equivalente a 200 milhões de euros em subvenções para as minas que usam tecnologias para captar metano.

As autoridades centrais também lançaram, há alguns anos, uma grande campanha para fechar pequenas minas, frequentemente ilegais, onde acontece a maioria dos acidentes fatais.

No entanto, muitas delas continuam operando devido à corrupção das autoridades locais.

No começo de julho passado, o primeiro-ministro Wen Jiabao havia ordenado que os chefes das minas descessem junto com os mineiros, numa tentativa para melhorar a segurança. "Os dirigentes das empresas devem (...) baixar aos poços junto com seus operários", segundo ele.

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