Agência France-Presse
postado em 16/10/2010 20:23
LA PAZ - O presidente boliviano, Evo Morales, admitiu neste sábado (16/10) que parte da produção de coca de seu país é desviada para o narcotráfico e pediu aos produtores da folha no Chapare, cujo sindicato chefia, a respeitar os acordos sobre a limitação dos cultivos.Falando perante mil delegados dos sindicatos de ;cocaleros; (plantadores de coca) na região do Chapare, Morales reconheceu que "uma parte da nossa coca vai para o mercado ilegal", para a produção de cocaína.
"Se tudo fosse para o mercado legal, não haveria problema, mas desviam", disse Morales aos delegados ;cocaleros; do Chapare, no subtrópico boliviano, de onde Morales se lançou para a vida política.
Os sindicatos discutem pedidos de seus afiliados para aumentar o volume de produção de coca.
"É um debate central, viva o "cato" de coca! Mas o "cato de coca" é um hectare, é meio hectare, é (sic) dois hectares? Então isto é o que temos que debater e definir agora", acrescentou Morales.
O "cato" é uma medida agrária convencional de 40x40 metros quadrados, estabelecida em 2005 pelo então presidente conservador Carlos Mesa e consolidada na gestão de Morales, que assumiu o poder em 2006.
O presidente instou aos plantadores de coca que superem a divisão de parcelas que disparou o aumento da superfície de plantio, além dos 7.000 hectares de cultivos de coca tolerados no Chapare.
A legislação boliviana reconhece como legais 12 mil hectares de coca (no Chapare e na região dos Yungas), mas os cultivos excederam os 30.500 hectares de coca, segundo a Junta Interamericana de Entorpecentes.