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Austrália está em festa por ter primeira santa

postado em 18/10/2010 08:19
Balançando a bandeira do país, oito mil australianos foram ao Vticano Igreja Católica tem seis novos santos. Em uma cerimônia lotada de australianos e canadenses, o papa Bento XVI canonizou, no Vaticano, religiosos de cinco diferentes nações, perante 50 mil peregrinos que, animados, agitavam as bandeiras de seus países na Praça São Pedro. Para os cristãos da Austrália, a missa teve um significado especial, já que, pela primeira vez, a Igreja reconheceu a santidade de uma australiana, a freira Mary MacKillop, pioneira na luta pela democratização da educação, e que chegou a ser tachada de "rebelde" e foi brevemente excomungada, por criticar a hierarquia católica.

Na homilia, o papa destacou que MacKillop, fundadora da ordem São José do Sagrado Coração, "dedicou-se desde a juventude à educação dos pobres numa Austrália rural, inspirando outras mulheres a se juntar a ela na primeira comunidade religiosa feminina fundada no país". Cerca de 8 mil peregrinos australianos, com bandeiras, chapéus de caubóis e echarpes turquesas, cor da ordem religiosa, estavam presentes, diante da Basílica de São Pedro, de onde se destacavam os retratos gigantes dos novos santos.

Quem não pôde ir à Itália acompanhou por telões a canonização da freira. Milhares de australianos reuniram-se em Sydney e Melbourne para celebrar a primeira santa do país, que conta com 5 milhões de católicos. Mais de 15 mil pessoas foram visitar o túmulo de Mary em Sydney, onde a fila de espera se estendeu por quase 1km. Em Melbourne, cidade natal da santa, a multidão manifestou sua alegria com uma ovação de pé. A primeira-ministra Julia Gillard, apesar de se dizer ateia, declarou que a canonização de Mary é um "momento de grande orgulho e satisfação. Sua sabedoria, sua compaixão, sua integridade corajosa brilham por décadas".

Milagreiro
O religioso canadense de Quebec Alfed André Bessette (1845-1937) também foi proclamado santo na cerimônia de ontem. Conhecido como o "homem que fazia milagres", o padre teria curado muitas pessoas com suas orações, embora fizesse questão de ressaltar que não era ele quem curava, mas São José, de quem era devoto. Em Quebec, mais de 1 mil católicos passaram a noite de sábado para domingo no Oratório São José de Montreal, para acompanhar diretamente a canonização do padre. A cripta, que abriga o túmulo do primeiro santo canadense do sexo masculino, estava completamente cheia, e centenas de fiéis permaneceram nos corredores, alguns em pé, outros sentados.

Quando o papa Bento XVI pronunciou o nome do padre André na frase crucial marcando sua ascensão ao nível dos santos, todos presentes se levantaram com um só movimento para aplaudir com emoção. A imensa igreja, construída graças aos simpatizantes do padre André, estava iluminada do lado de fora, destacando-se da montanha que dá nome à cidade, Montreal.

Tornaram-se igualmente santos celebrados pela Igreja Católica: o padre polonês Stanislas Soltys (1433-1489), a religiosa espanhola Candida Maria de Jesus Cipitria y Barriola (1845-1912), assim como duas religiosas italianas, Giulia Salzano (1846-1929) e Camilla Battista Varanno (1458-1524). Desde o início de seu papado, em 2005, o pontífice alemão, que limitou o ritmo das canonizações e das beatificações, proclamou no total 34 novos santos. Na lista de espera permanecem dois renomados predecessores: o popular João Paulo II e Pio XII, cujos processos são examinados pelas autoridades competentes.

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