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Dezenas de países discutem com o Irã a transição do Afeganistão

Agência France-Presse
postado em 18/10/2010 21:52
ROMA - O Grupo Internacional de Contato pelo Afeganistão reuniu-se nesta segunda-feira (18/10) em Roma com o Irã. O objetivo foi definir as condições da transição e da transferência do controle do país às forças de segurança locais.

A conferência de Roma agrupou emissários de 46 países e organizações internacionais, incluindo o representante americano para o Afeganistão e Paquistão, Richard Holdbrooke. Tmbém participou uma dezena de países da Organização da Conferência Islâmica.

O emissário iraniano, Mohamad Ali Qanezadeh, explicou que as discussões de Roma foram "frutíferas" e afirmou que o conflito pode ser resolvido apenas "com uma aproximação regional".

"Queremos tentar conquistar um objetivo realista, ou seja, uma estabilidade suficiente para o Afeganistão e para garantir os direitos humanos essenciais", declarou à imprensa Michael Steiner, emissário alemão para a região, que presidiu a reunião em Roma.

Steiner frisou que o processo de transição se iniciará em 2011 e que deve ser finalizado em 2014, mas o Afeganistão seguirá recebendo ajuda estrangeira, inclusive após a retirada das tropas internacionais. Segundo ele, na conferência do próximo mês da Otan em Lisboa se dará início ao processo de transição, ainda que tenha especificado que 2014 não significa "a retirada das tropas".

Os participantes sublinharam também a importância do papel dos países vizinhos, entre eles o Irã. "Reconhecemos que o Irã tem um papel a desempenhar na solução pacífica da situação no Afeganistão", declarou Holbrooke.

"É outro indicativo dos esforços internacionais em curso para reestabelecer a paz e a estabilidade no Afeganistão (...) não há nenhum choque entre as civilizações", concluiu Holbrooke.

Para o representante italiano, Massimo Iannucci, "excluir o Irã do Afeganistão seria o pior erro" porque os países ocidentais têm "interesses comuns" com Teerã, como os problemas de tráfico de drogas e de imigração ilegal por meio da fronteira entre Irã e Afeganistão.

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