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Ataque contra Parlamento checheno deixa pelo menos oito mortos

Agência France-Presse
postado em 19/10/2010 09:17
Quatro insurgentes atacaram a sede do Parlamento checheno em Grozny na manhã desta terça-feira (19/10), matando oito pessoas, incluindo os quatro terroristas, abatidos pelas forças de segurança.

Segundo as autoridades locais e testemunhas entrevistadas pela AFP, o grupo de insurgentes investiu contra o Parlamento pouco antes das 5h GMT (3h de Brasília).

Duas horas depois, o governo checheno anunciou ter "liquidado" os agressores, e o ministério do Interior informou que três policiais que trabalhavam na segurança do prédio e um funcionário do Parlamento foram mortos.

"A operação de destruição dos combatentes e de libertação dos deputados e funcionários durou entre 15 e 20 minutos", declarou o presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov, citado pela agência russa Interfax.

"Todos os deputados estão vivos, foram retirados do território do Parlamento e permanecem a salvo", acrescentou Kadyrov, que havia se encontrado na manhã desta terça-feira com o primeiro-ministro russo Vladimir Putin - que em 1999 desencadeou a segunda guerra da Chechênia.

O comitê investigador da procuradoria russa, no entanto, divulgou em um comunicado uma versão ligeiramente diferente dos acontecimentos, apontando três vítimas fatais (dois policiais e um civil) e 17 feridos. De acordo com os russos, três homens atacaram o Parlamento, detonando as cargas explosivas que traziam junto ao corpo.

"Três combatentes entraram no complexo governamental de Grozny, um deles explodiu na entrada do Parlamento. Os outros dois entraram no prédio, se entrincheiraram em seu interior (...) e detonaram seus explosivos durante a invasão (das forças de segurança)", relatou o comitê russo.

O ministro do Interior da Rússia, Rashid Nurgaliev - que está em Grozny desde segunda-feira -, parabenizou as forças de segurança chechenas pela ação, segundo a agência oficial ITAR-TASS. "O ministério do Interior da Chechênia trabalhou de maneira profissional", afirmou.

Já o porta-voz do presidente do Parlamento checheno, Zelim Iajijanov, anunciou que todos os agressores haviam morrido.

"A operação terminou, e todos os terroristas foram liquidados", disse à AFP, destacando que ele mesmo viu "quatro ou cinco" combatentes rebeldes.

"De manhã, ouvimos disparos no pátio e compreendemos que tentavam nos fazer reféns. Subimos para nos refugiar no terceiro andar, onde permanecemos até o fim da operação", contou.

Este foi o mais pretensioso ataque terrorista nesta instável república do Cáucaso desde agosto, quando rebeldes organizaram uma invasão contra a aldeia natal do presidente checheno.

Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado até agora, mas as autoridades suspeitam da guerrilha islâmica, que deseja instaurar na região um Emirado do Cáucaso.

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