Buenos Aires - As ruas da capital argentina e a povoada periferia acumularam 20 mil toneladas de lixo em função de uma greve trabalhista que terminou nesta terça-feira (19/10), prejudicando 14 milhões de habitantes, informaram autoridades e sindicatos que chegaram, depois, a um acordo.
A paralisação dos trabalhadores da estatal Coordenação Ecológica da Área Metropolitana teve início no domingo para pedir que fossem realizadas as obras prometidas para a construção de novos centros de processamento de resíduos.
O chamado cinturão ecológico, localizado a 40km a noroeste de Buenos Aires, processa cerca de dois milhões de toneladas de resíduos anuais.
"Serão aplicadas novas tecnologias (...) e será feito um polo ambiental", anunciou em uma coletiva de imprensa o deputado peronista (pró-governo) Jorge Manzini, líder do sindicato que organizou a greve.
As autoridades da capital argentina, com três milhões de habitantes, chegaram a analisar a possibilidade de declarar estado de emergência sanitária, caso o protesto continuasse.
Fabio López, líder do sindicato do setor, denunciou "esvaziamento da empresa", o que motivou o protesto no cinturão ecológico, onde são colocados os resíduos da área metropolitana.
Somente na capital argentina são gerados quase cinco mil toneladas diárias de lixo.
Lorena Pujó, do Greenpeace, acusou o governo de direita da capital de "não cumprir com a lei do lixo zero", que estabelece para 2012 reduzir 30% dos resíduos que o distrito leva para os aterros sanitários, em relação a 2004, até chegar a zero em 2020.