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Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas em protestos na Argentina

Agência France-Presse
postado em 20/10/2010 21:11
Buenos Aires - Um jovem de 23 anos morreu e outros dois militantes de esquerda ficaram feridos nesta quarta-feira (20/10) em Buenos Aires, durante confrontos entre grupos sindicais antagônicos em um protesto de trabalhadores ferroviários, informou uma fonte médica oficial.

"Um jovem de 23 anos morreu por um ferimento a bala no tórax. Entrou no hospital sem sinais vitais. Além disso, uma mulher de 61 anos recebeu um tiro na cabeça e está sendo operada", disse à imprensa Alberto Crescenti, chefe do Sistema de Atendimento Médico de Emergência (SAME). "Outro homem de 30 anos foi ferido a bala na coxa direita e na parte esquerda das nádegas", acrescentou.

O jovem falecido, identificado como Mariano Ferreyra, era militante da juventude do Partido Operário (PO, trotskista), enquanto a mulher integrava o Polo Operário, um grupo "piqueteiro" alinhado ao PO, informou à imprensa o líder partidário Eduardo Beligoni.

O PO denunciou ter sido atacado em um bairro da zona sul por "uma ;gangue; de umas 40 ou 50 pessoas da União Ferroviária", o sindicato majoritário de filiação peronista que domina o setor, quando culminava um protesto de "trabalhadores terceirizados que pediam a contratação permanente", explicou Beligoni.

Centenas de militantes do PO e de outras organizações políticas e sociais de esquerda se concentraram em pleno centro da capital argentina para repudiar o crime e exigir justiça e castigo para os responsáveis, enquanto eram produzidas paradas simbólicas de uma hora no metrô e em uma das linhas de trem.

Essas forças políticas convocaram uma manifestação para a tarde desta quinta-feira na Praça de Maio, em frente à sede do Governo, para exigir esclarecimentos.

A União Ferroviária está enquadrada na central de trabalhadores Confederação Geral do Trabalho (CGT), o maior apoio político e social que restou ao governo da presidente Cristina Kirchner após a derrota nos principais distritos nas eleições parlamentares de 2009.

"Estamos diante de um dos crimes mais brutais contra o movimento popular. Começaram a matar porque defendem um negócio", disse outro líder do PO em uma coletiva de imprensa.

Nem a União Ferroviária e nem a CGT reagiram publicamente à denúncia até agora.

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