postado em 23/10/2010 08:10
Os apelos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos e as críticas da secretária de Estado Hillary Clinton não inibiram a rede de TV árabe Al-Jazira, que iniciou ontem a exibição de uma série de programas baseados em documentos sigilosos sobre a atuação das tropas americanas no Iraque. As informações relatam tortura, execução de civis e a contagem de 109 mil mortos, 63% deles civis iraquianos. Elas constam de mais de 400 mil relatórios secretos obtidos pelo site Wikileaks, o mesmo que havia vazado 77 mil documentos relativos à ocupação do Afeganistão, em julho passado.;Ao relevar informações sensíveis como essas, o WikiLeaks continua colocando em risco a vida de nossos soldados, dos parceiros de coalizão e dos iraquianos e afegãos que trabalham conosco;, acusou Geoff Morrell, porta-voz do Pentágono. Também o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, aliança militar liderada pelos EUA), Anders Fogh Rasmussen, condenou o vazamento de informações sensíveis. ;Tais vazamentos são infelizes e poderão colocar em perigo a vida de soldados e civis;, comentou Rasmussen em Berlim.
De acordo com a Al-Jazira, os documentos abrangem o período de 1; de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2009 e expõem ;novas informações surpreendentes sobre as operações das forças dos Estados Unidos durante a guerra do Iraque;. Elas incluiriam evidências de que contratados da empresa de segurança privada Blackwater ;dispararam contra civis (iraquianos);. Além disso, detalhariam ;a guerra secreta do Irã no Iraque e o papel da Guarda Revolucionária iraniana como um suposto fornecedor de armas para os insurgentes xiitas;.