Agência France-Presse
postado em 23/10/2010 13:41
Bagdá - O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, acusou seus opositores políticos de querer utilizar os documentos miliares americanos divulgados na sexta-feira pelo site WikiLeaks para acusá-lo de cometer os abusos descritos nestes documentos.
"Há objetivos políticos por trás dessa campanha midiática, e alguns buscam utilizar esses documentos contra os líderes nacionais, particularmente o primeiro-ministro", afirmou o gabinete do chefe de governo em um comunicado.
[SAIBAMAIS]As informações publicadas pelo WikiLeaks referem-se a casos de violência, torturas, estupros e inclusive assassinatos cometidos por policiais e militares iraquianos contra prisioneiros e sobre os quais o Exército americano optou por fazer "vista grossa".
Segundo a constituição iraquiana, o primeiro-ministro também é comandante-em-chefe das Forças Armadas.
Além disso, de acordo com os documentos citados pela Al Jazeera, Maliki teve vínculos com "esquadrões da morte".
Os opositores do primeiro-ministro o acusam de ter criado no seio das forças de segurança, após sua nomeação em 2006 em pleno conflito sectário, unidades responsáveis por fazer o trabalho sujo, principalmente assassinatos.
"Em relação aos assassinatos, às prisões e torturas, confirmamos que o primeiro-ministro, que é comandante das Forças Armadas, tem a autoridade sobre todas a forças e que estas cumprem seu dever de deter e castigar conforme as ordens emitidas pela justiça, e não segundo critérios religiosos ou partidários, como alguns gostam de dizer", respondeu o escritório do chefe de governo.