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Protestos deixam Paris e oeste da França com pouco combustível

Agência France-Presse
postado em 24/10/2010 18:37
PARIS - A França segue afetada por dificuldades no abastecimento de combustível, principalmente na região parisiense e no oeste do país, como consequência de greves nas refinarias e dos bloqueios de depósitos, informou neste domingo o ministério da Energia.

"A situação é quase igual a de ontem (sábado). Na região parisiense, 35% dos postos não têm combustível ou falta pelo menos um produto, e no oeste um terço dos negócios tem verdadeiras dificuldades", disse à AFP um porta-voz do ministério.

Sete departamentos franceses quase não têm combustível, afirmou.

"Nas zonas Leste, Sudoeste, Norte e Sul, entre 10 e 15% das bombas estão vazias".

Para facilitar a circulação neste fim de semana, começo das férias de outono, o governo declarou como prioriário o abastecimento dos postos de gasolina da rede de estradas, entre outras medidas.

O ministro da Energia, Jean-Louis Borloo, disse na noite de hoje à AFP que podem "ocorrer algumas dificuldades na manhã de segunda-feira" nos postos de gasolina, devido ao descanso dos motoristas de caminhões-tanque neste domingo.

Maxime Dumont, da União Federal de Estradas do sindicato CFDT, informou que "como os motoristas têm feito jornadas de trabalho enormes" para abastecer os postos, "estão obrigados, por questão de segurança, a descansar hoje".

Na véspera, Jean-Louis Borloo pediu a retomada das atividades nas 12 refinarias em greve, estimando que o país "evitou uma crise de extrema gravidade".

O ministério da Energia recusa-se a dar um relatório em nível nacional da quantidade de fornecedores afetados pelo movimento de greve. Na sexta-feira, mais de 20% dos 12.300 postos de gasolina do país não tinham combustível.

Segundo os sites dedicados aos preços dos combustíveis, pouco mais de um terço dos postos estão com seus produtos em falta.

Na sexta-feira, o Senado francês aprovou a reforma previdenciária, foco dos protestos e paralisações na França.

Já votado pela Assembleia Nacional, o projeto de lei passou pelos senadores e sua aprovação definitiva deve acontecer na quarta-feira.

A reforma vai aumentar a idade mínima de aposentadoria de 60 para 62 anos, e a idade para o recebimento da aposentadoria integral de 65 para 67 anos.

Segundo o governo, essas medidas são indispensáveis para a preservação do sistema previdenciário, no qual as pensões são financiadas pelos trabalhadores na ativa, em meio ao aumento da expectativa de vida. As necessidades de financiamento do sistema sem uma reforma seriam de quase 44 bilhões de euros até 2018, segundo especialistas.

Grandes manifestações estão convocadas para os dias 28 de outubro e 6 de novembro, apoiadas pela maioria dos franceses.

Além da energia, as greves já afeta outros setores da economia francesa, e "milhares de pequenas e médias empresas começam a desacelerar" ou ainda a "parar suas atividades", o que ameaça as "mais frágeis" de falência, advertiu a organização patronal CGPME.

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