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Milhares de argentinos se despedem do ex-presidente Néstor Kirchner

Agência France-Presse
postado em 28/10/2010 11:02
Buenos Aires - Carregando velas, bandeiras e flores, milhares de argentinos fazem vigília nesta quinta-feira (28/10) pelo ex-presidente e líder peronista Néstor Kirchner, falecido aos 60 anos nessa quarta-feira, ao mesmo tempo em que demonstravam apoio ao governo da viúva, a presidente Cristina Kirchner, cujo mandato termina em 2011.

Centenas de jovens militantes permaneceram toda a noite na Plaza de Mayo, em frente à sede do governo, e já de madrugada começaram a formar uma fila para garantir a entrada no velório do "Pingüino", como era conhecido o ex-presidente, que deve começar às 11h de Brasília na Casa Rosada.

O público poderá se despedir de Néstor Kirchner, que governou o país entre 2003 e 2007, no Salão dos Patriotas Latino-Americanos. Nas paredes em torno do caixão, imagens do ex-presidente Juan Perón, da Argentina, e Salvador Allende, do Chile, além do guerrilheiro Ernesto ;Che; Guevara, entre outros.

Os presidentes dos países membros da Unasul, da qual Kirchner era secretário-geral, começaram a chegar a Buenos Aires na manhã desta quinta-feira para prestar-lhe as últimas homenagens.

Guardada por um forte esquema de segurança, a Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, amanheceu coberta por flores e mensagens. "Força, Cristina" são os dizeres de centenas de cartazes de apoio à presidente.

"Força, presidente. Precisamos de você mais do que nunca. Estamos com você", afirmavam cartas deixadas na noite de quarta-feira por milhares de argentinos, que em meio a muita comoção foram prestar as condolências na capital federal.

Cristina Kirchner deixou El Calafate, 2,7 mil quilômetros ao sul de Buenos Aires, onde o marido passou os últimos dias.

Em 2010, Néstor Kirchner já havia passado por duas intervenções cirúrgicas devido ao agravamento de seus problemas cardíacos. Na noite dessa quarta-feira, durante uma reunião em casa com a mulher e amigos, não resistiu a uma parada cardiorrespiratória e morreu sem que os médicos tivessem tempo para ressuscitá-lo.

O corpo do ex-presidente chegou a Buenos Aires de madrugada. Depois do velório, será novamente transportado para o sul da Argentina, para a província de Santa Cruz, na Patagônia, onde Kirchner nasceu.

A central sindical CGT, principal braço de apoio do governo, convocou uma mobilização nesta quinta-feira na Plaza de Mayo para uma despedida final.

"Depois de (Juan) Perón e Eva (Duarte de Perón), vem Néstor Kirchher, sem sombra de dúvida", disse Hugo Moyano, poderoso líder da CGT, declarando apoio a Cristina Kirchner.

A presidente ainda não apareceu publicamente nem deu declarações sobre a morte do marido. "Está sem um pedacinho, as coisas não são fáceis, mas ela vai encontrar uma maneira de fazer com que esta morte não seja em vão", indicou Aníbal Fernández, chefe de Gabinete.

Néstor e Cristina se conheceram nos anos 70, quando cursavam a faculdade de Direito e militavam na ala esquerdista do peronismo na Universidade de La Plata. Tiveram dois filhos: Máximo, de 32 anos, e Florencia, 19.

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