postado em 28/10/2010 18:02
As autoridades da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informaram nesta quinta-feira (28/10) que o número de mortos e contaminados por cólera no Haiti pode estar subestimado. De acordo com os especialistas, há regiões no país em que as pessoas apresentam diarreia e mal-estar, mas não recebem tratamento médico. Esses casos sequer são registrados como de suspeita da doença. As informações são da Organização das Nações Unidas (ONU).Para os especialistas da Opas, não há sinais de recuo do cólera no país. Pelos dados do último boletim da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado nesta quarta-feira (27/10), foram notificadas 292 mortes e 4.147 casos de contaminação. No documento anterior, os registros eram de 284 mortos e 3.769 afetados.
Do Brasil, o Haiti deve receber ainda hoje uma carga de 4 toneladas com medicamentos e material hospitalar ; frascos de hipoclorito de sódio, sais para reidratação oral, soro injetável, luvas e equipamentos para aplicação de soro. A doação foi enviada ontem num avião Hércules C-130, que saiu de Brasília no começo da tarde.
Nos próximos dias, seguirão para o Haiti uma equipe brasileira de enfermeiros e dois médicos epidemiologistas. A ideia é que eles reforcem o plano de contingência para evitar a expansão dos casos de cólera no país. Informações preliminares indicam que há uma concentração da doença em dois departamentos (estados) e que a contaminação ainda não foi registrada em Porto Príncipe, a capital haitiana.
As áreas mais atingidas pelo cólera são Douin, Marchand Dessalines e os arredores de Saint-Marc, localizadas a aproximadamente 100 quilômetros de Porto Príncipe. Vários casos foram registrados também na cidade de Gonaives e em vilarejos próximos à capital, como Archaei, Limbe e Mirebalais.