Agência France-Presse
postado em 30/10/2010 12:43
WASHINGTON - Os pacotes interceptados na sexta-feira (29/10) nos aeroportos de Dubai e de East Midlands, centro da Inglaterra, procedentes do Iêmen e com destino a endereços de organizações judaicas nos Estados Unidos, poderiam ter sido detonados, segundo as autoridades dos países envolvidos, enquanto o governo dos Estados Unidos afirmou que os pacotes têm a marca da Al-Qaeda.A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, estabeleceu a relação com a Al-Qaeda. "Sabemos que os autores deste ato - que tem a marca da Al-Qaeda, da Al-Qaeda na Península Arábica - fazem tudo o que podem para testar nosso sistema de segurança", delcarou a secretária ao canal CNN.
Em Dubai, o chefe da polícia do emirado, general Dahi Jalfan, afirmou que o artefato encontrado no aeroporto local era um "pacote bomba que poderia ter sido usado em um ato terrorista". Segundo ele, o pacote poderia ter sido detonado no avião se não fosse interceptado a tempo.
Em Londres, a ministra do Interior da Grã-Bretanha, Theresa May, afirmou que o artefato localizado em East Midlands "estava operacional e poderia ter explodido". A declaração foi feita ao fim de uma reunião do comitê de emergência "Cobra". "O alvo do ataque poderia ter sido um avião, que teria caído com a detonação", completou Theresa May.
O pacote foi encontrao em um avião de carga da empresa americana de transportes UPS no aeroporto do centro da Inglaterra.
O nível de alerta na Grã-Bretanha, "grave" desde janeiro, não foi alterado e a ministra afirmou que não existem informações que permitam pensar que outro ataque seja iminente. Janet Napolitano também reiterou que é necessário aumentar as medidas de segurança e vigilância. "Não há fórmula mágica, é preciso ter vários níveis de segurança", declarou a secretária americana.
A polícia de Dubai confirmou que o pacote interceptado no emirado continha pentrita, um explosivo potente, e um sistema de detonação que tem a marca de organizações terroristas como a Al-Qaeda. A interceptação dos pacotes suspeitos na sexta-feira desatou um alerta mundial.
O presidente americano Barack Obama mencionou na noite de sexta-feira uma ameaça terrorista contra os Estados Unidos e acusou a Al-Qaeda no Iêmen.
Neste sábado, as autoridades iemenitas anunciaram que interceptaram 26 pacotes suspeitos e prenderam vários funcionários de companhias de transporte aéreas e da divisão de carga do aeroporto internacional de Sanaa. "Vinte e seis pacotes suspeitos foram interceptados pelas autoridades e estão sendo analisados atualmente", declarou uma fonte oficial, que pediu anonimato.
"Paralelamente, funcionários das companhias de transporte aéreo e da divisão de carga do aeroporto de Sanaa foram detidos para interrogatórios", acrescentou a fonte, que não anunciou o número de pessoas presas.
Os pacotes suspeitos procedentes do Iêmen identificados pela equipe de investigação por meio da empresa americana de transportes aéreos FedEx em Dubai mostrou que um deles era uma impressora de computador cujo cartucho de tinta continha produtos explosivos.
"O artefato foi preparado de maneira profissional e dotado de um circuito elétrico conectado a um cartão de telefone celular oculto na impressora", segundo a polícia de Dubai.