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Interceptada bomba enviada ao presidente da França, Nicolas Sarkozy

postado em 02/11/2010 08:00
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, era o destinatário de um pacote-bomba encontrado ontem na capital da Grécia, Atenas. O pacote foi descoberto na empresa de entregas Swiss Mail após outro artefato, dirigido à embaixada do México, explodir e ferir, sem gravidade, uma funcionária da companhia. A explosão, de baixa potência, ocorreu quando a servidora manipulava a encomenda. Em seguida, a polícia lançou uma operação que permitiu deter dois suspeitos com mais três pacotes-bomba. ;Um dos explosivos tinha como destino o presidente da República Francesa, Nicolas Sarkozy;, afirmou a polícia grega à agência de notícias Reuters. ;Acreditamos que não haja ligação com a (rede terrorista) Al-Qaeda, mas ainda estamos investigando;, acrescentou.

O embrulho para Sarkozy estava com dois homens, de 22 e 24 anos, supostos extremistas gregos que integrariam o grupo anarquista Conspiração ; Núcleos de Fogo. Os suspeitos, segundo a polícia, portavam armas e colete à prova de balas ; um deles usava peruca e boné. Seriam as mesmas pessoas que deixaram o pacote que explodiu às 12h40 (8h40 em Brasília) na agência no bairro de Pangrati. Com a dupla também foi encontrado um artefato que seria entregue à embaixada da Bélgica e que, assim como o material destinado ao líder francês, foi detonado com segurança. ;O caso parece um tanto ridículo. Quanto a Sarkozy, é evidente que o pacote nunca chegaria ao destinatário;, contou à agência France Presse o porta-voz da polícia, Thanassis Kokalakis.

Policial prepara detonação controlada de um dos pacotes-bombaUma quarta encomenda foi encontrada em outra agência de correios em Pangrati. Esse pacote, também destruído pela polícia, seria deixado na embaixada da Holanda. França, Bélgica e Holanda têm em comum o fato de terem adotado recentemente leis que proíbem o uso do véu islâmico em áreas públicas. A Grécia não tem histórico de presença de grupos terroristas muçulmanos, mas registra ações armadas da extrema esquerda, tendo como alvos o próprio governo grego, os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Tais organizações reivindicam a autoria de ataques com explosivos ocorridos no país desde 2008, quando a polícia matou um adolescente em Atenas.

Explosivos
As tentativas de atentado na Grécia ocorreram três dias depois de dois pacotes-bomba provenientes do Iêmen serem apreendidos em dois aviões comerciais que tinham os Estados Unidos como destino final. Um foi encontrado em Dubai (nos Emirados Árabes) e o outro chegou ao Reino Unido. Como medida de segurança, autoridades iemenitas garantem ter reforçado a vigilância nos voos que saem do país. Ainda assim, a França, no sábado, fechou o espaço aéreo para aviões originários do Iêmen, providência adotada ontem pela Alemanha.

Informante da Al-Qaeda
Jaber Al-Faifi, desertor da rede terrorista Al-Qaeda que se entregou às autoridades da Arábia Saudita há duas semanas, teria fornecido dados sobre o plano de explodir os dois aviões de passageiros com destino aos EUA. Segundo a rede britânica BBC, Al-Faifi deu detalhes sobre as bombas para as autoridades sauditas, que emitiram um alerta para EUA, Emirados Árabes e Reino Unido. Os explosivos estavam escondidos em cartuchos de tinta para impressoras. O terrorista renegado esteve detido na base americana de Guantánamo e, após ser libertado, teria sido recrutado novamente pela organização. A BBC destacou que ele tenha repassado a informação sobre os pacotes-bomba para as autoridades em troca de permissão para voltar à Arábia Saudita sem ser indiciado.

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