Agência France-Presse
postado em 02/11/2010 17:28
SAN JOSÉ - A Costa Rica posicionou mais policiais com armas de guerra na fronteira com a Nicarágua, depois de denunciar a presença de tropas desse país em seu território e pedir uma reunião de emergência da Organização dos Estados Americanos, que será realizada nesta quarta-feira (3/11), em Washington.Na véspera, o governo da Costa Rica denunciou a presença de tropas da Nicarágua em seu território e pediu ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, que convocasse o Conselho Permanente do organismo.
"Nesta manhã (de segunda-feira) houve um sobrevoo sobre a ilha Calero (da Costa Rica) e foi determinada a presença de tropas da Nicarágua em território costarriquenho. Eles colocaram uma bandeira (da Nicarágua) e barracas do Exército", disse o ministro da Segurança, José María Tijerino.
"Perante os fatos comprovados, me comuniquei com o secretário-geral da OEA e pedi a ele que convoque o Conselho Permanente da OEA", revelou o chanceler René Castro em uma coletiva de imprensa junto a Tijerino.
A OEA, por sua vez, convocou uma reunião extraordinária do Conselho Permanente para quarta-feira para abordar a disputa de fronteira entre Costa Rica e Nicarágua.
A divergência diz respeito aos trabalhos de dragagem do rio San Juan iniciadas por Manágua em 18 de outubro.
A Nicarágua mobilizou tropas para ajudar nas tarefas de limpeza, mas, de acordo com o governo da Costa Rica, os soldados invadiram seu território e instalaram um acampamento militar em Calero, uma ilha fluvial costarriquenha próxima do Caribe.
Costa Rica, que não tem Exército, e Nicarágua têm um longo histórico de conflitos na fronteira.
San José enviou nas últimas horas um novo contingente de policiais armados à zona limítrofe.
Em Manágua, onde é feriado nesta terça, o governo do presidente Daniel Ortega se absteve de qualquer comentário.
A imprensa nicaraguense se limitou a informar sobre as denúncias de San José, mas sem maiores coberturas.