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Irã acusa Ocidente de usar caso de iraniana para pressionar o país

Agência France-Presse
postado em 03/11/2010 12:21
TEERÃ - O porta-voz do ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, acusou o Ocidente de pressionar o país pela libertação de Sakineh Mohammadi. A mulher está à espera da execução por ser acusada de ser cúmplice do assassinato do marido e de adultério. "Os ocidentais são tão insolentes que transformaram o caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que cometeu crimes, em um caso de direitos humanos", declarou. "Fizeram do caso um símbolo da liberdade da mulher nos países ocidentais e o fizeram com insolência. Pedem a libertação dela. Tentam utilizar um caso simples como meio de pressão contra o Irã", completou o porta-voz. [SAIBAMAIS] Posteriormente, Malek Ajdar Sharifi, titular da justiça local, anunciou que Sakineh se encontra em perfeito estado de saúde e seu processo segue o curso, conforme citado pela agência oficial Irna. Ele disse que "a mídia ocidental hostil quer criar um clima envenenado contra a República Islâmica do Irã, ao publicar informações como a execução iminente de Sakineh". Várias organizações de apoio a Sakineh manifestaram na terça-feira na França o temor de que ela fosse executada nesta quarta-feira. "Sakineh Mohammadi Ashtiani aparentemente está ameaçada de ser executada amanhã, dia 3 de novembro", informou um comunicado da revista francesa La règle du Jeu, dirigida pelo filósofo Bernard-Henri Lévy. Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, foi condenada em 2006 a 10 anos de prisão pela acusação de cumplicidade no assassinato do marido e ao apedrejamento até a morte por várias acusações de adultério, segundo as autoridades iranianas. A condenação provocou uma enorme campanha internacional para evitar a aplicação da pena, assim como críticas aos julgamentos. A preocupação da La Règle du Jeu era compartilhada fundamentalmente pela Liga do Direito Internacional das Mulheres. Sihem Habchi, da associação de defesa dos direitos das mulheres "Nem Putas Nem Submissas", ligou para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o pediu para "tomar posição, coisa que ainda não fez". Várias associações realizaram atos de protestos na tarde desta terça-feira diante da embaixada do Irã em Paris para exigir a libertação de Sakineh. Em julho, o governo do Irã anunciou que a condenação à morte por apedrejamento, confirmada em 2007 em apelação, estava suspensa e que o caso seria reexaminado. A comunidade internacional questiona as condenações e uma campanha em todo o mundo tenta salvar a iraniana.

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