Agência France-Presse
postado em 05/11/2010 11:01
Capital econômica da Índia assolada por violentos atentados islamitas em novembro de 2008, Mumbai adotou medidas de segurança extremas para a visita neste fim de semana do presidente americano Barack Obama.Praticamente tudo foi previsto, da vigilância por navios de guerra americanos na Baía de Bombaim até o bloqueio das comunicações eletrônicas, passando pela proibição dos fogos de artifício em função da festa hindu de Diwali.
Os atentados de 2008, cometidos por um comando islamita radicado no Paquistão, causaram 166 mortos.
Barack Obama e sua delegação se hospedarão no Hotel Taj Mahal, que foi um dos alvos desses atentados. É a primeira vez desde então que Mumbai recebe um visitante tão ilustre. As autoridades locais, severamente criticadas depois dos atentados, querem demonstrar agora que são capazes de organizar a visita do homem mais poderoso do mundo.
Equipes dos serviços secretos americanos se encontram há semanas em Mumbai, onde trabalham com colegas indianos para garantir a segurança do presidente. Um alto oficial da segurança indiana declarou ao jornal Mid Day que agentes do FBI e da CIA supervisionam as operações.
"Será uma vigilância de 24 horas por dia. Centenas de agentes dos serviços secretos americanos chegarão à cidade", afirmou.
Os sistemas de escuta e de vigilância eletrônica foram instalados em Mumbai há semanas, entre eles um equipamento que permite bloquear as comunicações dos celulares em torno do presidente.
Pelo mar
O espaço aéreo será fechado para a chegada e a saída do avião presidencial. A segurança marítima - questão essencial, uma vez que os 10 homens do comando que realizaram os atentados em 2008 desembarcaram no porto de Bombaim sem chamar a atenção - também será reforçada com navios de guerra americanos, que patrulham junto a barcos da marinha e da guarda costeira indianas.
Os deslocamentos de barcos pelo litoral foram proibidos, inclusive as embarcações turísticas que saem todos os dias do célebre monumento da Porta da Índia para dirigir-se à ilha Elefanta.
Outras medidas de segurança excepcionais foram adotadas, como proibir a explosão de fogos de artifício perto do hotel de Obama, como é comum durante a tradicional festa de Diwali.
As autoridades municipais também ordenaram a retirada de todos os cocos dos coqueiros que cercam o museu Gandhi, para evitar que um deles caia na cabeça do presidente americano.
"Os cocos estavam caindo. Pedimos às autoridades competentes que retirassem os que restavam", explicou à Meghsyam Ajgaonkar, secretário executivo do Mani Bhavan, museu dedicado a Gandhi.
O local, no sul de Mumbai, foi a residência de Gandhi entre 1917 e 1934. A avenida que leva até a construção é ladeada de coqueiros.