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Obama deixa fracasso eleitoral para trás e começa giro asiático

Agência France-Presse
postado em 05/11/2010 11:24
WASHINGTON - O presidente americano, Barack Obama, deixará na Casa Branca o peso do fracasso do Partido Democrata nas eleições de meio de mandato, realizadas na última terça-feira, e partirá nesta sexta-feira para viagem pela Ásia de nove dias.

Obama visitará Índia, Indonésia (onde passou parte da infância), Coreia do Sul (onde participará da cúpula do G20) e Japão (onde foi convidado para reuniões da Apec - Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico). Ele vai buscar ampliar a influência geopolítica dos Estados Unidos e garantir novos mercados para produtos americanos na região.[SAIBAMAIS]

Com um olho nos eleitores americanos, que usaram o pleito de meio de mandato para enviar uma mensagem de insatisfação acerca da lenta recuperação econômica, Obama dará destaque às oportunidades comerciais oferecidas pela Ásia. Isso pode ajudá-lo a aumentar as exportações e criar os necessários empregos em casa.

"O principal objetivo (da viagem à Índia) é abrir os mercados para as empresas americanas, para que possamos comercializar na Ásia e em alguns dos mercados que mais crescem no mundo. E para que possamos criar empregos aqui nos Estados Unidos", disse o presidente nesta quinta-feira.

"Minha esperança está no fato de que temos alguns anúncios específicos para mostrar a conexão entre o que estamos fazendo no exterior e o que acontece aqui no quanto ao crescimento do emprego e da economia", acrescentou.

Obama, que se autodenominou "o primeiro presidente do Pacífico" dos Estados Unidos, não esconde sua visão de que a Ásia, com economias emergentes e crescente influência estratégica, é uma região vital para o futuro do país.

Em Mumbai, o presidente americano passará a noite de sábado hospedado no hotel Taj Palace, atacado por extremistas islâmicos no sangrento atentado coordenado de novembro de 2008. Lá, ele fará uma homenagem às vítimas.

Além disso, discursará para uma plateia de empresários e participará de discussões com investidores. De lá, segue para Nova Délhi, onde se encontrará com o primeiro-ministro, Manmohan Singh, e vai falar para o parlamento indiano.

Durante sua estadia na Índia, Obama enfrentará uma situação peculiar: estará em um país onde seu antecessor, George W. Bush, é extremamente popular, graças ao acordo nuclear civil que assinou com o governo local.

Obama, que recebeu Singh na Casa Branca no primeiro jantar oficial que organizou como presidente, deve dizer aos indianos que enxerga a relação entre Nova Délhi e Washington como crucial, apesar de suas investidas para aprofundar os laços americanos com seus rivais China e Paquistão.

O presidente americano, aliás, deixou bem claro que não planeja aproveitar a passagem pela região para visitar o Paquistão, com quem os EUA mantêm uma delicada aliança contra o terrorismo, mas indicou que talvez vá a Islamabad em 2011.

Segurança
Um fortíssimo esquema de segurança foi montado na Índia para receber Brack Obama, primeiro visitante "de peso" no país desde os ataques de Mumbai.

O próximo país da "turnê" presidencial será a Indonésia, onde o presidente viveu durante quatro anos quando garoto. O destaque será a visita do presidente americano à maior mesquita de Jacarta, além de um discurso dirigido aos muçulmanos, que deverá se assemelhar ao que fez no Cairo, um ano atrás.

Obama deve destacar que a Indonésia é a interseção que liga os esforços americanos de se comunicar com o mundo muçulmano e os laços do país com as economias do Pacífico asiático.

O presidente chegará à Indonésia na próxima terça-feira e se reunirá com o presidente Susilo Bambang Yudhoyono.

No dia seguinte, Obama vai a Seul para a cúpula do G20 e um encontro bilateral com o presidente chinês, Hu Jintao, em um momento de tensões entre Washington e Pequim provocadas pela cotação do iuane e pelo comércio.

Por fim, Obama visitará o Japão, onde participará de um encontro da Apec.

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