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Chávez tenta conquistar classe média defendendo direito à moradia

Agência France-Presse
postado em 05/11/2010 15:10
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, comprometeu-se a concluir a construção de seis conjuntos de casas, confiscados no domingo devido a atrasos e irregularidades em seus preços, com o objetivo de beneficiar seus proprietários, uma classe média que cada vez mais desconfiada da eficácia do governo.

Frequentemente acusado que querer acabar com a propriedade privada, Chávez anunciou que, ao contrário de outras, esta expropriação não pretende transformar o Estado em dono das casas, e sim entregar os condomínios "sem esquemas" para seus proprietários legítimos.

"Só um Estado revolucionário garante o direito à propriedade a estas famílias, que adquiriram seus apartamentos com o fruto de seu trabalho", destacou o vice-presidente venezuelano, Elías Jaua.

Chávez afirmou que a medida foi tomada em benefício da classe média, uma parcela da população que o midiático líder venezuelano não conseguiu conquistar em seus 11 anos de governo. "Que a classe média sinta-se protegida pelo projeto bolivariano", indicou o presidente.

A decisão, no entanto, gerou preocupação entre os futuros proprietários, que foram imediatamente ao local das obras temendo invasões ou a redistribuição dos terrenos entre partidários de Chávez.

Neste momento, a militarizada Guarda Nacional vigia os condomínios expropriados para preservar os terrenos e evitar invasões.

"Não estou tranquila, vamos ver o que eles dizem e o que fazem", declarou à AFP uma das proprietárias, que preferiu não se identificar.

"Se a construtora demorou tanto, imagine como vai ser se o governo assumir as obras, quando vou ter meu apartamento", indagou Alexis Rodríguez, outra proprietária.

Segundo dados publicados na imprensa, o governo Chávez construiu 400.000 casas nos últimos 10 anos, bem menos que governos anteriores.

"A questão da moradia é complexa, e o governo trabalha em diferentes frentes para solucioná-la", admitiu Jaua.

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