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Peruanos exigem de Yale devolução de tesouros de Machu Picchu

Agência France-Presse
postado em 05/11/2010 17:42
Lima - Os peruanos foram às ruas de várias cidades, nesta sexta-feira (5/11), para exigir da universidade americana de Yale que devolva mais de 46 mil peças da cidadela inca de Machu Picchu, que foram levadas para lá no começo do século 20.

O slogan lançado pelo governo resume-se à frase "Yale, devolva os bens de Macchu Picchu, viva o Peru", que aparece em cartazes nas ruas de Lima e que é difundido em jornais e emissoras de rádio.

Trata-se da primeira ação de massas, promovida pelo governo do presidente Alan García, realizada quase cem anos depois que as peças saíram, entre 1912 e 1916, rumo à Universidade de Yale, levadas por uma expedição chefiada pelo aventureiro e explorador americano Hiram Bingham.

Quatro mil pessoas se concentraram pacificamente na praça principal da cidade de Cuzco (sul dos Andes), antiga capital imperial dos incas, exibindo cartazes pedindo a devolução de Yale, contra a qual lançaram palavras de ordem, informaram autoridades regionais.

Ao mesmo tempo, na cidadela de Machu Picchu, situada em uma área de selva, 120km ao norte de Cuzco, grupos de manifestantes e delegações escolares subiam uma montanha, onde foi construída a fortaleza no século 15 com o mesmo propósito de pedir a devolução das peças.

Está prevista uma concentração, em Lima, a partir das 17h locais (20h de Brasília) no Campo de Marte, centro de Lima, à qual assistirá o chanceler José Antonio García Belaúnde. Os manifestantes, em seguida, participarão de uma passeata até a sede do Palácio de Justiça.

"A marcha faz parte de uma estratégia, que será desenvolvida em todos os foros do exterior, que visa a pressionar Yale para que concretize a devolução", disse esta sexta-feira o chanceler perante uma comissão do Congresso.

EsSa estratégia incluiu o envio de uma carta do presidente García a seu colega, o presidente americano Barack Obama.

NesSa carta, cujo texto foi publicado em jornais de Lima, García pede a Obama que se pronuncie, já que foi um presidente dos Estados Unidos, William Howard Taft, que obteve, em 1912, permissão e autorização para as atividades de Hiram Bingham no Peru.

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