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Obama defende o diálogo Índia-Paquistão e a erradicação do extremismo

Agência France-Presse
postado em 07/11/2010 12:24
MUMBAI - O presidente Barack Obama pediu neste domingo que a Índia e o Paquistão trabalhem juntos para resolver suas diferenças, enfatizando que Nova Délhi tem muito a ganhar com o êxito de seu vizinho e adversário na luta contra o extremismo.

"O Paquistão progride contra o câncer do extremismo, mas os avanços não são tão rápidos como gostaríamos", declarou Obama no segundo dia de visita a Mumbai, cidade vítima dos atentados de 2008 cometidos por um grupo islamita com sede no Paquistão e que deixaram 166 mortos e mais de 300 feridos.

Obama enfatizou que a Índia é a mais interessa que o Paquistão se estabilize, apesar de admitir que existência de uma história muito complexa entre estes dois países, que já travaram três guerras desde 1947.

"Minha esperança é que, com o tempo, a confiança se desenvolva entre os dois países, que o diálogo comece talvez com temas menos controvertidos para ir até pontos mais controvertidos", declarou o presidente ante os estudantes da Universidade St. Xavier da capital econômica da Índia.

"Estou totalmente convencido de que o país que está mais interessado no Paquistão é a Índia", afirmou. "Se o Paquistão for estável e próspero, será melhor para a Índia", insistiu.

Nova Délhi e Islamabad iniciaram um difícil processo de paz em 2004, mas depois dos atentados de Mumbai, a Índia congelou o diálogo.

Diante dos estudantes, Obama aproveitou para criticar as primeiras eleições organizadas em 20 anos neste domingo, em Mianmar, as quais classificou de "tudo, menos livres e justas", reclamando a libertação da dissidente Aung San Suu Kyi.

Antes de chegar à universidade, Obama e sua esposa Michelle se distanciaram do protocolo e dançaram com estudantes que celebravam a festa hindu das luzes, a Diwali.

Obama e sua esposa, Michelle, acompanhavam a apresentação das crianças em uma escola do sul da cidade. A primeira-dama então se levantou para dançar com as crianças e convenceu seu marido, mais reticente, a fazer o mesmo.

O presidente, sem o paletó, ouviu orientações de como mover as mãos e os braços para seguir a tradicional dança indiana. As crianças aproveitaram para tirar fotos e pedir autógrafos do casal.

Esta foi a segunda vez que Michelle Obama dançou com crianças desde sua chegada a Mumbai. Na véspera, ela dançou descalça músicas de Bollywood, durante visita a uma associação a órfãos e crianças abandonadas em Mumbai, berço da indústria cinematográfica indiana.

Obama chegou no sábado a Mumbai para uma visita de três dias à Índia, que começou com uma homenagem às vítimas dos ataques de 2008 no hotel Taj Mahal, quando o presidente evitou condenar o envolvimento do Paquistão, o que provocou neste domingo comentários de decepção na imprensa indiana.

Washington continua mantendo uma difícil aliança antiterrorista com o Paquistão, que é suspeito de financiar grupos extremistas que operam na Índia.

Neste domingo, uma figura do separatismo exortou Obama atue como mediador na região de Caxemira - alvo de uma disputa entre a Índia e o Paquistão - e estimou que isso ajudará a eliminar o déficit de confiança entre Washington e o mundo muçulmano.

A Índia se opõe frontalmente a qualquer ingerência externa no conflito. Obama já causou o aborrecimento deste país quando, antes de chegar ao poder, sugeriu uma mediação nesta região com maioria muçulmana.

Por outra parte, um dia depois do anúncio de acordos comerciais no valor de dez bilhões de dólares, a imprensa saudou o reforço dos vínculos entre Nova Délhi e Washington, considerados o reflexo do dinamismo do crescimento econômico indiano.

Obama anunciou no sábado esses acordos que deverão criar 50.000 empregos americanos, apenas dias depois da derrota dos democratas nas legislativas em que a economia nos Estados Unidos foi um dos principais motivos do descontentamento dos eleitores.

A respeito, Obama reconheceu a necessidade de correções e ajustes depois desta derrota.

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