Bagdá - Os partidos políticos iraquianos alcançaram um acordo de divisão de poder, que prevê que o primeiro-ministro Nuri Al Maliki conservará o posto, afirmou neste domingo (7/11) à AFP o porta-voz governamental Ali Al Dabbagh.
"Um acordo político foi assinado ontem (sábado) entre os partidos políticos, segundo o qual Jalal Talabani continua sendo chefe de Estado, Nuri Al Maliki permanece como primeiro-ministro e o bloco Iraqiya (de Iyad Allawi) deve eleger seu candidato ao cargo de presidente do parlamento", afirmou.
Dabbagh precisou que esse acordo foi concluído entre a Aliança Nacional, que reagrupa os principais partidos xiitas, e a coalizão curda, mas que o acordo de Iraqiya, formação laica apoiada pelos sunitas, está ainda condicionado à divisão dos postos de chefe de Estado e presidente do Parlamento.
O parlamento deve se reunir na próxima quinta-feira, depois de uma decisão adotada no fim de outubro pela Suprema Corte na qual se ordenou que a câmara designasse o mais rápido possível os dirigentes do país.
A Câmara deve começar elegendo o presidente e os dois adjuntos, antes de proceder às demais nomeações.
As legislativas de 7 de março passado não haviam dado a nenhum dos partidos a capacidade de governar sozinho.
Desde então, Maliki e o adversário Iyad Allawi competiam na tentativa de formar um governo. O primeiro obteve 89 cadeiras e o segundo 91 em um parlamento formado por 325 legisladores.
A eleição do presidente do Parlamento é uma etapa indispensável antes da designação do chefe de Estado e do primeiro-ministro, segundo a Constituição do Iraque.
Segundo o artigo 55, o Parlamento deve eleger em uma primeira sessão depois das eleições o presidente e os dois adjuntos com maioria absoluta.
Em 14 de junho, em uma primeira sessão, os deputados acharam um subterfúgio ao declararem em sessão aberta de maneira indefinida, tendo em vista que a distribuição dos três principais cargos é o resultado de uma negociação entre as três principais confissões e etnias do país.