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Bento XVI pede "respeito à vida" apesar dos avanços tecnológicos

Agência France-Presse
postado em 07/11/2010 16:00
Barcelona - O papa Bento XVI pediu neste domingo (7/11) "respeito à vida" apesar dos "novos desenvolvimentos tecnológicos", ao inaugurar um centro beneficente para crianças com necessidades especiais em Barcelona, pouco antes de encerrar o segundo e último dia de visita à Espanha.

Em uma cerimônia, o Papa abençoou a pedra fundamental de uma nova sede do Instituto "Nen Deu" (Menino Deus, em catalão), que atualmente atende a crianças com síndrome de Down, autistas, que sofrem de epilepsia grave ou problemas de comportamento. O centro levará o nome de Bento XVI.

O Papa saudou e beijou várias crianças e jovens com necessidades especiais, cumprimentou as religiosas que trabalham no local, rezou perante um retábulo e em seguida voltou a se dirigir aos pequenos pacientes.

Em breve discurso, o Papa disse que "é imprescindível que os novos desenvolvimentos tecnológicos no campo médico nunca vão em detrimento do respeito à vida e à dignidade humana", antes de abençoar a pedra fundamental do estabelecimento.

Ao finalizar o ato, o Papa rompeu o protocolo e se aproximou da multidão, levando ao delírio aqueles que o aguardaram durante mais de quatro horas.

Crianças e jovens especiais dedicaram ao Papa algumas palavras e uma canção, que cantaram acompanhados de violões. "Embora sejamos diferentes, nosso coração ama como o de todos", disse uma menina ao Papa, lendo com dificuldade um breve e emocionante discurso.

Falando em catalão, o Papa agradeceu às "autoridades" e "entidades assistenciais de iniciativa privada" pela ajuda que dão a esta "escola especializada", neste momento "em que muitos lares enfrentam sérias dificuldades econômicas".

Na última terça-feira, o porta-voz da Igreja espanhola, Isidro Catela, disse que o número de crianças trissômicas (com três cromossomos) havia diminuído porque boa parte deles "são eliminados antes de nascer".

Antes, a Conferência episcopal já tinha condenado que, em nome do "bem-estar", "aquele que vai nascer possa ser tratado como um obstáculo à qualidade de vida, razão pela qual sua eliminação pode ser legal".

Os bispos condenaram mais uma vez a lei sobre a liberalização do aborto, votada em fevereiro pelo Parlamento espanhol, segundo a qual as mulheres podem abortar livremente até as 14 semanas de gravidez e até as 22 semanas, em caso de "risco para a saúde" da mãe e/ou de "graves anomalias no feto".

O Papa, que celebrou uma missa solene de consagração da catedral da Sagrada Família, que foi alçada à condição de basílica, também disse que os Estados deveriam se esforçar "para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável desde o momento da sua concepção".

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