Agência France-Presse
postado em 07/11/2010 20:59
Havana - As Damas de Branco, esposas dos presos políticos cubanos, instaram o presidente Raúl Castro a respeitar o prazo que vence neste domingo (7/11) para a libertação de um total de 52 opositores, com a soltura de 13 restantes, e afirmram que rejeitam o exílio na Espanha."Somos mulheres cheias de fé, de esperança. Pedimos (em missa) que abrande o coração dos governantes, que cumpram o prometido porque se não cumprir", estariam "enganando" a Igreja, a Espanha e a comunidade internacional, disse Laura Pollán, líder das Damas de Branco, junto a um grupo de 30 dessas mulheres.
Ao deixarem o templo de Santa Rita, no oeste de Havana, onde a cada domingo pedem a libertação dos presos, Pollán afirmou que o governo está "acostumado" a "enganar" os presos, os familiares e o povo de Cuba, mas desta vez a consequência é maior.
A libertação de presos é fruto de um histórico riálogo entre o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, que se comprometeu em 7 de julho a libertar os 52 condenados em 2003 em um máximo de quatro meses, prazo que termina este domingo.
Dos 52 que restavam na prisão do grupo de 75 dissidentes condenados em 2003 e reconhecidos como presos de consciência pela Anistia Internacional, 39 já foram libertados e emigraram para a Espanha.