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Berlusconi pede mediação de aliado polêmico para evitar queda

Agência France-Presse
postado em 09/11/2010 18:02
Roma - O chefe de governo italiano Silvio Berlusconi solicitou nesta terça-feira (9/11) a mediação do polêmico associado Umberto Bossi, líder da Liga Norte, para evitar a queda do governo após a crise política aberta pelo ex-aliado Gianfranco Fini, que pede a renúncia de Berlusconi.

Berlusconi, que se nega a deixar o cargo, decidiu pedir a Bossi que "negocie" com Fini, atual presidente da Câmara dos Deputados, que rompeu definitivamente no domingo com o chefe de governo, pedindo a renúncia e a criação de uma nova coalizão de governo.

"Berlusconi me pediu para negociar com Fini e tenho a autorização de Fini para negociar com Berlusconi", declarou Bossi durante uma visita realizada com o chefe de governo às regiões do norte gravemente atingidas pelas inundações.

A reunião entre Bossi e Fini foi fixada para a próxima quinta-feira, informaram fontes parlamentares.

A grave crise na Itália ameaça o futuro político do magnata das comunicações, que vem perdendo popularidade nos últimos meses após 15 anos de triunfo. Muitos jornalistas classificam o momento como "clima de fim de mandato".

Ante a possível queda do governo cada vez mais desprestigiado por escândalos envolvendo o líder e debilitado pelas acusações da indústria de automobilismo e falta de iniciativa, muitos preferem um governo "técnico", que tenha uma duração limitada, já que nenhuma das formações políticas atuais, nem de esquerda, nem de direita ou centro, estão em condições de ganhar as eleições.

Segundo o jornal italiano La Repubblica, Bossi se propôs a ser mediador por temer eleições antecipadas e que a lei para o federalismo fiscal seja esquecida no Parlamento. Essa lei faz parte de uma luta histórica e razão de ser desse movimento nortista.

A imprensa não exclui também que se chegue a um acordo entre as partes, modificando a lei eleitoral vigente, que beneficia de uma forma exagerada a coalizão que sai vitoriosa, e se for adotado um federalismo fiscal "solidário", que garanta contribuições às regiões pobres do sul, como deseja Fini.

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