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Obama nega ter perdido influência no cenário internacional

Agência France-Presse
postado em 12/11/2010 15:28
Seul (Coreia do Sul) - O presidente americano, Barack Obama, negou nesta sexta-feira (12/11), em Seul, ao fim da cúpula do G20, ter perdido influência e prestígio no cenário internacional, após a derrota do partido nas eleições legislativas de meio de mandato.

"Não", respondeu, simplesmente, Obama ao ser perguntado, em entrevista coletiva, se as dificuldades nos Estados Unidos haviam reduzido a influência no exterior.

O presidente americano destacou, em seguida, a importância do país, ao ressaltar que os asiáticos queriam trabalhar com os Estados Unidos em temas relacionados com economia e segurança.

"O que estou dizendo é que tenho a impressão de que os meus vínculos foram reforçados com as pessoas com as quais tenho trabalhado aqui", respondeu Obama, negando-se a fazer referências aos outros dirigentes dos países mais poderosos do planeta, reunidos desde quinta-feira em Seul para a cúpula do G20.

Ele comparou a "euforia" que cercou a eleição à Presidência dos Estados Unidos, em novembro de 2008, às amizades sinceras que tem construído ao longo destas cúpulas internacionais, mencionando, entre outros, o premier indiano, Manmohan Singh.

"Compartilhamos um grau de compreensão mútua e de prazer tabalhando juntos que não existia quando era novo no cenário internacional", disse o chefe de Estado americano, dias depois da visita de 72 horas a este país asiático em plena expansão.

Obama citou outros dois dirigentes com os quais mantém esse tipo de relação: a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan. Disse partilhar com eles vários âmbitos de entendimento, apesar de opiniões muito diferentes sobre alguns temas.

Obama também disse ter sentido a mesma sensação agradável com o anfitrião da cúpula do G20, o presidente sul-coreano, Lee Myung-Bak, embora não tenham conseguido assinar, nessa quinta-feira, um acordo de livre comércio entre os dois países.

No entanto, negociar com o presidente chinês, Hu Jintao, parece menos fácil.

"Não era mais fácil conversar sobre divisas depois da minha eleição e quando tinha uma taxa de popularidade de 65%", declarou o presidente. "Era difícil na ocasião e é difícil agora. Porque os interesses deste país estão em jogo e tudo isto não vai se resolver facilmente", acrescentou.

China e Estados Unidos trocam acusações há meses: Washington reivindica uma valorização do iuane para deter as exportações chinesas, o que Pequim retruca, alegando que os americanos desvalorizam a moeda ao injetar bilhões de dólares na economia.

Durante o primeiro ano no comando dos Estados Unidos, o dirigente americano viajou mais do que qualquer outro dos antecessores, dando a volta ao mundo e posando com vários colegas.

Mas, dois anos depois da entrada em cena, a severa derrota dos democratas nas eleições de meio de mandato para os republicanos, no início de novembro, travou a ação na política interna e semeou dúvidas sobre a longevidade política no exterior.

Obama deixou Seul na noite desta sexta-feira (hora local), rumo ao Japão, onde participará da cúpula da APEC em Yokohama, perto de Tóquio, última etapa de um giro de oito dias pela Ásia.

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