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François Fillon, o discreto "colaborador" de Sarkozy

Agência France-Presse
postado em 14/11/2010 16:06
PARIS - Tão discreto quanto Nicolas Sarkozy pode ser exuberante, François Fillon, reconduzido neste domingo (14/11) ao posto de primeiro-ministro, soube em três anos e meio sair da sombra do "superpresidente" a ponto de ser, com o apoio da direita, insubstituível.

"Nada se ganha mudando de curso no meio de uma ação (...) a recuperação da França exige tempo", havia declarado no início de novembro François Fillon, 56 anos, mostrando sua vontade de continuar no cargo, para o qual o ministro da Ecologia Jean-Louis Borloo era apontado como favorito há muito tempo.

Primeiro-ministro desde o início do mandato de Nicolas Sarkozy, em maio de 2007, apesar de muitas pequenas mudanças, François Fillon continua assim ao lado de um chefe de Estado difícil de se relacionar.

No início, este último, determinado a governar sozinho, esteve presente em todas as frentes e Fillon foi relegado ao nível de "colaborador".

Mas, enquanto o presidente afundava nas pesquisas, François Fillon guardava uma forte popularidade e o apoio da maioria de direita. Segundo as sondagens recentes, ele ficaria até mais bem colocado em uma eleição presidencial do que o chefe de Estado.

Antípoda do temperamento apressado de Nicolas Sarkozy e da imagem de celebridade de um presidente com gostos luxuosos, Fillon é um homem calmo, de hábitos campestres, considerado eficiente, mas às vezes muito prudente.

Mas, além deste exterior cortês e sensato, existe um competidor nato, destacou a jornalista Christine Kelly, autora de uma biografia do primeiro-ministro.

Este reformador obcecado pela redução de déficits é capaz de declarações chocantes: ele começou a polêmica, poucos meses depois de sua nomeação em 2007, ao declarar estar à frente de um Estado falido.

Filho de um tabelião e uma historiadora, este jurista de formação, criado por jesuítas, é originário da Sarthe, no oeste da França, onde tornou-se deputado aos 27 anos.

Lá, ele possui mansão, em Sablé-sur-Sarthe, onde ele e sua mulher, Penelope - uma galesa com quem ele teve cinco filhos -, dizem se sentir mais à vontade do que no Hotel Matignon, residência do primeiro-ministro em Paris.

Politicamente, François Fillon representa a fibra social da direita francesa. Antigo aliado de Philippe Séguin, homem importante da direita Gaullista, ele votou não ao tratado de Maastricht na Europa, antes de evoluir para o liberalismo.

Várias vezes ministro, em particular, das Relações Exteriores e da Educação Nacional, ele construiu para si uma imagem de reformista. Seu principal feito é o embrião de uma reforma previdenciária que conduziu em 2003.

Dois anos mais tarde, ele foi deposto do governo pelo ex-presidente Jacques Chirac, o que fez com que ele se aproximasse de Nicolas Sarkozy, um antigo rival.

"Nicolas Sarkozy nunca foi meu mentor", contou em setembro este homem pouco prolixo, explicando que sua aproximação com o chefe de Estado foi fruto de uma aliança pela presidencial de 2007.

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