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Washington rejeita acusações de Karzai sobre sua estratégia no Afeganistão

Agência France-Presse
postado em 15/11/2010 19:46
Washington - Os Estados Unidos rejeitaram nesta segunda-feira as críticas do presidente afegão, Hamid Karzai, contra as operações militares americanas no Afeganistão, em mais um episódio da tensão entre Washington e Cabul.

No domingo, Karzai advertiu que os Estados Unidos devem reduzir o número de operações militares e sua "intromissão" na vida afegã, sob o risco de exacerbar a rebelião talibã.

Karzai afirmou que a presença de 100 mil soldados americanos no Afeganistão e, especialmente, os "terríveis" ataques noturnos das forças dos EUA contra os lares afegãos exacerbam as emoções no país e levam os jovens à rebelião.

"O povo afegão não gosta destes ataques. Se há algum ataque, deve ser realizado pelo governo afegão e sob as leis afegãs. Isto é um motivo de contínua divergência entre nós".

Nesta segunda-feira, a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, defendeu as operações militares dos EUA no Afeganistão como um recurso importante para a estabilização do país.

"Acreditamos que o recurso a ações de inteligência com alvos precisos contra insurgentes é de grande importância e (...) um ingrediente chave de nossas abrangentes operações civis-militares".

Clinton destacou que "tais operações são realizadas em total cooperação com o governo do Afeganistão", mas acrescentou que os Estados Unidos seguem sendo "muito sensíveis às preocupações" manifestadas por Karzai.

Já o chefe das forças internacionais no Afeganistão, general americano David Petraeus, se disse "surpreso e decepcionado" com as declarações de Karzai.

A nova polêmica ocorre no momento em que Washington, segundo o jornal The New York Times, prepara a apresentação de um plano de transferência das missões de combate às forças afegãs em algumas zonas do país, nos próximos 18 a 24 meses.

O plano seria divulgado no próximo final de semana, durante a Cúpula da Otan em Lisboa.

O presidente americano, Barack Obama, garantiu no final de 2009 que sua intenção era iniciar em meados de 2011 a retirada das tropas americanas do Afeganistão.

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